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Aécio: "Essa conversa golpista, de afastar a presidente, eu não tive"

Em entrevista ao Timeline, da Rádio Gaúcha, senador do PSDB disse ainda que manobra de Eduardo Cunha para aprovar redução da maioridade foi "forçação de barra"

07/07/2015 - 11h22min

Atualizada em: 07/07/2015 - 11h22min


Tadeu Vilani / Agencia RBS

Após a presidente Dilma Rousseff replicar, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, as declarações de líderes do PSDB e do presidente do partido, o senador Aécio Neves, reeleito no domingo, a terça-feira teve espaço para a tréplica. Enquanto Dilma afirmou que a oposição atua de forma "golpista" ao fazer sugestões de que seu governo pode terminar antes de 2018, Aécio classificou a declaração de Dilma como "patética"e feitas por uma pessoa que está "acuada", em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha. Foi a primeira entrevista de Aécio concedida após a sua reeleição à presidência do PSDB.

- Tenho a sensação de uma presidente acuada. Chega a ser patética, porque ela busca se sustentar na sua trajetória política. Reconheço a trajetória dela e respeito. Mas ela não enfrentou, com clareza, os reais problemas que estão à sua frente - afirmou.

Sobre um possível impeachment da presidente, o tucano defendeu-se, dizendo que não é golpista, mas que o partido tem a responsabilidade de apontar saídas jurídicas para essa possibilidade. E alega a hipótese de que ocorra um impeachment circula inclusive entre a base aliada, com o PMDB.

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- O PMDB é uma grande federação. Meu feeling é que setores deles já avaliam cenários sem a presidência. O nosso papel é agir com responsabilidade, garantir que nossas instituições, em todas as suas instâncias, ajam com independência -  afirmou Aécio

Em certo momento da entrevista, por engano ou "ato falho", disse que havia sido reeleito presidente da República, em vez de presidente do PSDB. Depois, ainda sobre a possibilidade de Dilma sofrer um processo que a leve a deixar a presidência antes de 2018, o senador afirmou que não é esse não é nem o papel e nem um decisão da oposição.

- Não temos como ser os protagonistas de um impeachment e da derrubada da presidente. Mas precisamos estar atentos para que o Tribunas de Contas da União, que analisa as pedaladas fiscais, Tribunal Superior Eleitoral, que tem de analisar as doções para campanha, possam fazer o seu trabalhado, que as lideranças do PT tentam impedir.

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Ao falar das denúncias de diferentes delatores da Operação Lava-Jato sobre recursos ilegais que teria ido para a campanha de reeleição de Dilma, e sobre sua derrota nas eleições de 2014, Aécio comparou o esquema ao de uma organização criminosa:

- Meu sentimento é de que não perdi as eleições para um partido político ou governo, e sim para organizações criminosas, que se estabeleceu no seio do governo, usurpando de empresas estatais, especialmente da Petrobras, para se manter poder.

Em relação ao financiamento privado de campanhas, o tucano defendeu a continuidade do atual modelo e disse que "nem todos" os empresários que patrocinam políticos esperam por favorecimentos:

- No primeiro momento (o fim do financiamento privado), pode parecer a solução mais ética e correta. Mas se não houver isso, o dinheiro que poderia estar indo para a Saúde e para a Educação, por exemplo, vai pra campanha dos políticos. E não posso acreditar que todos os empresários são bandidos.

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O que mais disse o senador:

"O governo mentiu, disse (durante as eleições) que o país estava em uma situação que não era verdade. Por isso o governo perdeu a confiança das pessoas, e não há nas mais grave do que a perda da credibilidade. Sem isso, investidores não investem no Brasil e os trabalhadores não aceitam fazer sacrifícios porque não acreditam que haverá retorno depois".

"A presidente não consegue ver o que está na sua frente: a fragilidade do governo, a perda de apoio no Congresso, as denúncias de corrupção envolvendo o seu governo, os problemas fiscais que estão sendo discutidos no TCU. Essa sensação de vácuo no poder não é obra da oposição, como ela quer fazer parecer. Ao não reconhecer tudo isso, ela afasta ainda mais uma saída rápida da crise".


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