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Cachoeirinha

Jardim Betânia: um bairro sob o medo da meningite

Os quatro casos da doença registrados na cidade são da mesma região. Dúvidas e desinformação circulam pelo local.

10/07/2015 - 07h02min

Atualizada em: 10/07/2015 - 07h02min


Luiz Armando Vaz / Agencia RBS
Agentes de endemia e de saúde passaram de casa em casa avisando da vacinação

Os casos de meningite registrados em Cachoeirinha, na Região Metropolitana, levaram ao Bairro Jardim Betânia um clima de tensão que se reflete no movimento das ruas e toma conta das conversas entre moradores. São de lá as quatro pessoas diagnosticadas com a doença - duas morreram e outras duas, internadas, passam bem. As práticas adotadas pela população, no entanto, nem sempre são as recomendadas pelos órgãos de saúde.

Proprietária de um mercado na Avenida Atlântida, Cristina Ribeiro afirma que a rotina do estabelecimento foi modificada para atender às orientações de evitar o contágio.

- As meninas (funcionárias) tinham mania de tomar água na mesma garrafa. Agora, é tudo em copo individual. É preciso lavar mais as mãos também. Desde sexta-feira, quando começou a se falar no assunto, nosso movimento caiu uns 40% - conta a comerciante de 36 anos.

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O líder comunitário Matheus Rodrigues, 24 anos, tomou uma medida mais drástica. Levou os dois filhos para a casa de sua mãe, em Gravataí. Lá, os gêmeos de três anos começaram a frequentar outra creche:

- Aqui, está todo mundo com medo. As crianças não andam na rua, não brincam mais fora de casa.

Apesar de definir a situação da região como "em alerta", Idio Mesquita, 57 anos, diz que a população está mas calma.

- Depois que o prefeito anunciou as vacinas, deu uma tranquilizada. Mas as pessoas de fora daqui têm medo de conversar com a gente - relata o construtor, que mora há três décadas no bairro.

Na tarde de quinta-feira, agentes de endemia e de saúde passavam de casa em casa entregando o aviso sobre a vacinação, que ocorrerá no sábado.

Pelas ruas do Jardim Betânia, a reportagem encontrou pessoas usando máscaras. E, em uma farmácia da Avenida Atlântida, a atendente Sandra Lopes confirma: muita gente está procurando o material, assim como estão buscando o álcool gel.

- Meus filhos não saem de casa. O mais novo estudava com o menino que morreu. O medo é um horror, não sei o que fazer - queixa-se a auxiliar de produção Marucia Silveira, 25 anos, mãe de crianças de oito e 11 anos.

O secretário municipal de Saúde, Amir da Costa, chama a atenção que há muitas informações erradas circulando:

- A melhor coisa numa situação como essa é que as pessoas procurem a orientação correta.

 
Por conta própria, moradores usam máscaras | Foto: Luiz Armando Vaz

Previna-se

/// Use lenços descartáveis e evite toalhas de pano.
/// Mesmo se não estiver gripado, não compartilhe copos, talheres e toalhas.
/// Em dias frios, deixe o ambiente ventilar por, ao menos, uma hora.
/// Ao tossir ou espirrar, cubra o rosto.
/// Se apresentar sintomas como febre alta, vômitos e dores de cabeça e no pescoço, procure uma unidade de saúde.
/// O contágio é de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por secreções do nariz e da garganta.

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Escola Alzira Silveira Araújo de luto pela morte de aluno | Foto: Luiz Armando Vaz

*Diário Gaúcho


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