Apostas do mercado
Seis visões de como o varejo deve enfrentar a crise
Especialistas e empreendedores que participam da 3ª edição da Feira Brasileira do Varejo dão dicas
Apontar oportunidades, e não problemas para superar a crise brasileira. Esse é o tom da 3ª edição da Feira Brasileira do Varejo (Febravar), que começou na quarta e vai até sexta-feira, no Centro de eventos do BarraShoppingSul, em Porto Alegre.
Feira do Varejo apresenta conceito de provador inteligente
Taxa de desemprego atinge 8,1% no trimestre, a maior taxa em três anos
IPCA fica em 0,79% em junho, o maior para o mês em quase 20 anos
ZH ouviu especialistas e empresários que estão participando do evento para saber, na visão de cada um, qual deve ser o foco do varejista para passar pela crise.
Quem: Arcione Piva, diretor administrativo do Grupo Elevato e vice-presidente do Sindilojas
Qual a palavra-chave: inovação
Como: "Primeiro, é preciso tirar o s de crise. Fica crie. Ou seja, crie, inove, busque conhecimento, vá a feiras e palestras. Estar aberto ao novo é fundamental neste momento. Pensar que, numa crise, temos oportunidade de crescer e sair ganhando mais na frente, porque, afinal, as crises são passageiras. O Brasil já passou por muitas crises e quem está no mercado há 20 anos sabe disso. Ou seja, elas passam. O empresário deve se preocupar não com a crise, mas com o que pode tirar de bom dela. O pior, acredito, já passou. A tendência é ficarmos nesse patamar por um tempo, e logo as coisas devem melhorar".
Quem: Ricardo Lemos, especialista em marketing e vendas e autor do best-seller O Vendedor Inteligente
Qual a palavra-chave: atendimento
Como: "Se o profissional de vendas não demonstrar interesse e ficar somente na questão do valor com o cliente, pode-se perder a venda e o cliente. Mas se o vendedor treinado apresentar as qualidades e benefícios do produto, o valor fica em segundo plano para o consumidor, mesmo em tempo de crise. Muitas marcas têm concorrentes diretos e é aí que entra o papel do profissional de vendas, que é fundamental para decisão da compra".
Quem: Regiane Relva Romano, presidente da VIP-Systems, desenvolvedora da 1ª loja inteligente da América Latina e vencedora do Prêmio ID People Awards 2012
Qual a palavra-chave: tecnologia
Como: "Invista em tecnologias como a identificação por radiofrequência. Essa foi a salvação do varejo dos Estados Unidos após a crise de 2008. Trata-se de uma tecnologia que utiliza ondas eletromagnéticas (sinais de rádio) para transmitir dados armazenados em um micro chip. Esse chip guarda inúmeras informações que vão servir para recebimento de mercadoria, reposição, segurança, controle, etc. Como consequência essencial, você otimiza processos, reduz tempo e custos. Por isso eu digo: não tenha medo da tecnologia e acabe com o preconceito de que tecnologia é cara. A principal infraestrutura hoje em dia está na mão do cliente, é o smartphone, e não custa nada para o empresário. Basta usá-la. Crie um QR code para o seu site, tire fotos dos produtos e mande por WhatsApp. Gaste o seu cérebro com inovação".
Quem: Carlos Klein, proprietário da rede de lojas Ishtar
Qual a dica: produto
Como: "É hora de focar na diversificação do produto e adequar as peças para o novo momento. Ofereça produtos com preços diferentes sem perder a qualidade. O cliente não vai deixar de comprar, porque ele precisa dos produtos. Mas, ao invés de ir só uma vez na loja, ele vai ir mais vezes e vai comprar aos poucos. Vai procurar pelo preço mais em conta ou por aquilo que mais lhe agrade. Invista no seu produto".
Quem: Rafael Bohrer, diretor criativo da agência Global, com trabalhos feitos para marcas como Bic, Vodka Absolut e Faber-Castell, e premiações como Cannes Lions, Festival de Londres e Wave Festival
Qual a dica: criatividade
Como: "A saída é apostar em criatividade e geração de conteúdo. É isso que vai diferenciar uma marca da outra, uma televisão da outra, uma peça de roupa da outra. A crise existe pra todo mundo. Se algo não vai bem, é preciso fazer algo diferente. Fazer o mesmo é esperar pelo mesmo resultado. E a solução pode estar dentro da empresa, é preciso criatividade para encontrá-la".
Quem: Rafael Weber Wainberg, diretor de marketing da rede de lojas Rainha das Noivas
Qual a dica: trabalho
Como: "A primeira coisa é trabalhar. As pessoas, em época de crise, tendem a ficar reclamando e acabam deixando o trabalho de lado. O momento é de prestar atenção na sua empresa, no seu produto e fazer tudo com mais atenção e foco. Se você faz a avaliação do orçamento para a loja uma vez, faça, agora, três vezes, com mais cuidado aos detalhes. Evite desperdícios, economize e procure eficiência".