Bem-Estar



Para lembrar, durma

Sono torna as memórias mais acessíveis, indica estudo

Dormir não só protege as memórias do risco de serem esquecidas, como também as torna mais fáceis de serem acessadas

30/07/2015 - 03h42min

Atualizada em: 30/07/2015 - 03h42min


Yuganov Konstantin / Shutterstock

Se o nome daquele filme está na ponta da sua língua, mas você não consegue lembrar de jeito algum, talvez a melhor forma de resolver esse problema seja ir tirar um cochilo. É o que apontou uma pesquisa da Universidade de Exeter, na Inglaterra, e do Centro Basco de Cognição, Cérebro e Linguagem, na Espanha: dormir não só protege as memórias do risco de serem esquecidas, como também as torna mais fáceis de serem acessadas.

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A pesquisa, publicada recentemente na revista científica Cortex, rastreou memórias de participantes sobre palavras aprendidas antes de uma noite de sono ou de um período equivalente de vigília. Os indivíduos foram convidados a recordar essas palavras imediatamente após a exposição a elas, e depois novamente após terem dormido ou ficado acordados.

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A pesquisa concluiu que, em comparação com a vigília diurna, o sono ajudou a resgatar memórias mais do que preveniu a perda de memória.

- O sono quase dobra nossas chances de lembrar um material previamente esquecido. A melhora pós-sono em acessibilidade de memória pode indicar que algumas memórias são afiadas durante a noite. Isso apoia a noção de que, ao dormir, nós ensaiamos ativamente informações marcadas como importantes - explicou Nicolas Dumay, da Universidade de Exeter, um dos autores da pesquisa.

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O impacto benéfico do sono sobre a memória já é conhecido da ciência, assim como se sabe que o ato de dormir nos ajuda a lembrar das coisas que fizemos ou ouvimos no dia anterior. A ideia de que as memórias também poderiam ser afiadas e tornadas mais vivas e acessíveis durante a noite, no entanto, ainda está para ser plenamente explorada.

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Dumay acredita que o impulso de memória vem do hipocampo, uma estrutura interna do lobo temporal, descompactando episódios recentemente codificados e repassando-os para as regiões do cérebro originalmente envolvidos na sua captura - o que levaria a efetivamente relembrar os grandes eventos do dia anterior.


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