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Sem exageros

Tempo gasto em frente à TV está relacionado a risco maior de bullying, diz estudo

Pesquisadores afirmam que crianças que passam muito tempo em frente à tela podem ter dificuldades de socialização anos mais tarde

22/07/2015 - 05h01min

Atualizada em: 22/07/2015 - 05h01min


Daniel Marenco / Agencia RBS

O hábito de assistir a televisão pode impactar no nosso desenvolvimento físico e psicológico ao longo do tempo. Por terem pouco autocontrole, as crianças costumam ser as mais influenciadas pela telinha. Estudos anteriores já comprovaram que o tempo gasto na infância em frente à TV - principalmente nos primeiros anos de vida - está relacionado ao aumento de peso, dificuldades pra dormir e depressão. Recentemente, pesquisadores canadenses sugeriram que esse comportamento também pode aumentar o risco de bullying na adolescência.

Linda Pagani, uma das autoras do estudo realizado com cerca de duas mil crianças, afirma que hábitos precoces que envolvem pouco esforço e interação podem facilmente resultar em problemas sociais anos mais tarde.

- Mais tempo assistindo à TV equivale a menos tempo convivendo em família, por exemplo, o que pode prejudicar o desenvolvimento associado à funções cerebrais responsáveis pela socialização - explica.

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Bullying pode impactar o bem-estar da criança a longo prazo

Pesquisadores da Universidade de Montreal questionaram alunos no sexto ano do Ensino Fundamental quanto aos relacionamentos na escola e fora dela e, ainda, sobre o quão frequente eles se sentiam abusados verbalmente por algum colega ou amigo, ou se já sofreram algum tipo de bullying. Além disso, a equipe considerou os relatos dos pais sobre o tempo que essas crianças passavam assistindo à TV até os três anos. Conforme o levantamento, a cada aumento de 53 minutos gastos em frente ao aparelho, a tendência à intimidação por parte de um colega aumentava 11%.

- Esse número leva em conta outros fatores que podem influenciar a probabilidade de que uma criança sofrer bullying: renda familiar, relação dentro de casa, componentes da família e nível de escolaridade da mãe - comenta Pagani.

Partindo do princípio de que alguns programas específicos são recomendados para o desenvolvimento infantil, a Academia Americana de Pediatria (AAP) recomenda que o tempo em frente à tela não ultrapasse duas horas diárias para crianças com cerca de dois anos.

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