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Antônio Carlos Macedo: boato acima da verdade

Colunista afirma que segunda-feira foi um dia normal, com a insegurança de sempre

05/08/2015 - 07h07min

Atualizada em: 05/08/2015 - 07h07min


Ricardo Duarte / Agencia RBS
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A segunda-feira de manifestações do funcionalismo estadual transcorreu sem maiores transtornos na área policial. Foi um dia normal, com a insegurança de sempre e a mesma média de crimes dos últimos meses. A grande diferença foi a forma como a população percebeu as ocorrências. Diante do alarmismo criado em torno dos protestos, tudo ganhou repercussão muito maior. Mesmo fatos corriqueiros, como os históricos ataques contra pedestres no Centro Histórico de Porto Alegre, foram vistos como algo fora de controle.

Para tanto, pesou bastante o clima de tensão criado na sexta-feira, quando lideranças da área da Segurança Pública orientaram a população a não sair de casa na segunda-feira porque não haveria polícia nas ruas. Pois apesar de todas as dificuldades, mesmo com salários atrasados, a gloriosa Brigada Militar, honrando uma tradição de 177 anos, não deixou os gaúchos sem proteção, garantindo um dia dentro da rotina.

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É claro que houve problemas, como a falta de circulação de viaturas com documentação vencida, mas nada muito diferente da rotina, quando veículos do policiamento ficam fora de ação por problemas mecânicos, por exemplo. Mais do que o avanço da criminalidade, o que gerou uma sensação muito maior de medo foi a boataria propagada pelas redes sociais.

Mesmo com autoridades e meios de comunicação garantindo situação sob controle na Grande Porto Alegre, muita gente preferiu dar ouvidos aos alertas exagerados de amigos e parentes, repercutindo e passando adiante o diz que me diz das ruas. E quando o boato prevalece sobre os fatos é como fogo mato acima e água morro abaixo: ninguém segura. Foi o que aconteceu.

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Assalto no Camelódromo

Pouco convencida da situação de controle na área policial durante os protestos, leitora aponta assalto ocorrido na área do Camelódromo, no Centro Histórico, no final da tarde de segunda-feira, como exemplo de falta de proteção policial naquela ocasião. O caso realmente aconteceu, mas faz parte de uma rotina de insegurança já noticiada em 24 de abril pelo Diário Gaúcho, em reportagem que alertava para os constantes roubos na região. "Assaltos em terminal no centro de Porto Alegre assustam usuários. Início da manhã e período do final da tarde ao começo da noite são os preferidos dos criminosos", destacou o DG na época.

É claro que não serve de consolo saber que o ataque relatado pela leitora faz parte desse contexto. Assaltos não podem ser rotina em lugar algum. Mas fica claro também que o episódio não foi consequência de qualquer onda de crimes gerada por falta de policiamento. Isso, felizmente, não aconteceu.

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*Diário Gaúcho


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