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Antônio Carlos Macedo denuncia descaso com paciente em Canoas

Colunista escreve sobre a história de uma moradora de Canoas que ficou três dias aguardando um leito hospitalar

28/08/2015 - 07h01min

Atualizada em: 28/08/2015 - 07h01min


Debilitada, com lesões no útero, ovários e num dos rins, senhora de 62 anos foi levada pelos familiares para atendimento emergencial no Hospital Pronto Socorro de Canoas na noite do último sábado. Muito bem atendida por médicos e enfermeiros, ela teve que ficar internada, sendo levada para um quarto na companhia de mais duas pacientes.

No começo da noite de segunda, porém, a família foi notificada da necessidade de transferi-la para outro hospital, já que o caso exigia tratamento mais longo e o HPS é destinado apenas para urgências e emergências. Apesar de estranharem a transferência noturna, os parentes ficaram tranquilos, pois imaginaram que, sendo uma ação entre hospitais, o novo leito já estava providenciado. Não poderiam estar mais enganados. O suplício começou no deslocamento, com o motorista da ambulância indignado por ter que trabalhar em hora de troca de turno. No destino final, o Hospital Nossa Senhora das Graças, a surpresa: não havia vaga disponível. Mesmo enviada pelo HPS e com a saúde debilitada, a senhora foi colocada numa cadeira.
 
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Depois de muita insistência, os acompanhantes conseguiram uma maca para acomodá-la no corredor, onde permaneceu até terça-feira. Só então foi levada para uma sala de observação feminina, junto com outras mulheres, onde permanecia até ontem. O episódio, relatado pelo leitor e ouvinte J.A.C.S., genro da paciente, aponta para um descompasso que precisa ser corrigido com urgência pela Secretaria da Saúde de Canoas.

Não dá para aceitar que doentes acomodados num hospital sejam transferidos para outra instituição sem garantia de vaga. É desumano tirar uma pessoa fragilizada de um leito para colocá-la sentada numa cadeira. Ninguém merece passar por isso, muito menos alguém acima dos 60 anos. Nesse caso, há um claro desrespeito aos preceitos do Estatuto do Idoso, lei criada para proteger e garantir os direitos da velhice. Com a palavra, os responsáveis pela saúde pública de Canoas.

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*Diário Gaúcho


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