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Debilitado por câncer, homem é obrigado a se desfazer de cão

Exigências do tratamento obrigaram morador de Joinville a procurar novos donos para seu akita

27/08/2015 - 23h12min

Atualizada em: 27/08/2015 - 23h12min


Claudia Morriesen
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Leo Munhoz / Agencia RBS

Nas manhãs de sol, o professor aposentado Kazuyuki Takemura, 65 anos, costuma sentar-se em uma cadeira no quintal de casa, no bairro Vila Nova, em Joinville (SC). Seu cachorro, Riki Maru, um akita branco, sempre vai atrás e pula em seu colo, pedindo para brincar. No entanto, nas últimas semanas, a rotina teve de ser quebrada e a empolgação do cão não tem sido tão correspondida pelo dono.

Em maio, Takemura descobriu um câncer no pâncreas. Depois que começou a fazer o tratamento de quimioterapia, perdeu peso e as forças para corresponder à agitação do cão, que tem quatro anos. Riki ainda não sabe, mas precisará, em breve, deixar o quintal de casa para começar uma vida nova em outra casa, com outra família.

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Riki era um filhote com menos de 40 dias quando deixou a casa da mãe para ser adotado pelo casal. Agora, pesa pelo menos 30 quilos e, quando fica em pé, ultrapassa a altura do atual tutor. Não que Riki goste de exibir seu tamanho sobre duas patas: é o jeito que ele tem de dizer que gosta de alguém.

Só que agora, por orientação médica, Takemura precisa evitar contatos expansivos, como as demonstrações de carinho do akita, sob risco de machucar o corpo já debilitado pela doença. Agora, homem e cachorro sentem as dores da separação.

Quando Takemura sai de casa para ir às sessões de quimioterapia, Riki chora e se recusa a fazer qualquer coisa a não ser esperar pelo dono. Os belos pelos cor de creme também começaram a cair por causa de uma doença de pele provocada pelo estresse.

Se a placa amarela de vende-se em frente ao muro não pode ser decifrada pelo cachorro, a mudança no comportamento de seus tutores parece fazer sentido. Foi muito rápido que Takemura e a mulher, Emy, precisaram aceitar que a dor no estômago se tornaria uma doença intransponível.

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Apesar da cirurgia de emergência e do tratamento, os médicos não deram esperanças e avisaram que a expectativa de vida para Takemura variava de seis meses a um ano. Por isso, o retorno para São Paulo, que parecia impossível quando eles se mudaram para Joinville, há sete anos, tornou-se a solução para que os últimos dias de vida sejam ao lado da família.

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- Agora, ele passa a noite pensando no que fazer com o Riki e não consegue dormir de tanta preocupação - conta Emy.

Auxiliado pela protetora dos animais Marli Piekarski, o casal busca uma casa e novos tutores para Riki. De preferência alguém que entenda o amor e os laços que se criam entre o homem e o akita. Tratado como filho nestes primeiros anos de vida, Riki talvez possa sentir dificuldades no início da adaptação, que está sendo acompanhada pelo educador canino Edy Sales.

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- Ele precisa de espaço, de uma casa com quintal. Além disso, quem o adotar vai precisar entender que ele precisará passar por uma adaptação - reforça Marli, que está avaliando a casa e o perfil dos interessados para garantir que Riki será bem cuidado e que, principalmente, não caia nas mãos de criadouros irresponsáveis.

Mas o casal Takemura não deu a ele este nome à toa: em japonês, Riki Maru quer dizer garoto forte. Quem estiver preparado para adotá-lo, pode entrar em contato pelos telefones (47) 3439-2257 ou  (47) 9665-9554.

*A Notícia


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