O oitavo mês do ano chega ao fim nesta segunda-feira, mas fica na história de Porto Alegre como o segundo agosto mais quente desde o início das medições, em 1916, pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Ao todo, no mês que termina foram registrados 9 dias com máxima acima dos 30°C - um dia a menos do que 2012, o ano mais quente até aqui. Em agosto deste ano, a mínima ficou em 16,2°C, e a máxima, em 26,6°C, em média. Os números estão acima da média histórica, que é de 12°C e 20°C, respectivamente.

Ipês roxos em flor podem esconder desequilíbrio ambiental

Na Capital, a temperatura chegou nesta segunda-feira a 31,3°C. Porém, a tórrida e atípica segunda-feira de inverno foi ainda mais quente em Uruguaiana, onde a máxima atingiu os 35,4°C. Conforme o meteorologista do Climatempo Luiz Felippe Gozzo, o calor acima dos 30°C dos últimos dois dias é explicado pela aproximação de uma frente fria vinda do Uruguai.

O bloqueio atmosférico - uma imensa bolha de ar quente - que estava estacionada sobre o Sul do país foi rompida na metade do mês, e, portanto, o calor de hoje nada tem a ver com o fenômeno.

- É comum que as frentes frias sejam precedidas de calor. A temperatura sobe porque os ventos de norte vão se deslocando com cada vez mais intensidade, trazendo ar quente - explica.

De acordo com o especialista, nesta terça-feira o dia deve ser ameno, pois a frente fria chega à Capital com ventos de sul. Há possibilidade, inclusive, de pancada de chuva principalmente pela manhã. A temperatura máxima não deve ultrapassar os 22°C, e o tempo deve seguir com a máxima abaixo dos 26°C pelo menos até quinta-feira. Isso acontece devido a um sistema de alta pressão que mantém o vento frio sobre Porto Alegre.

Recordes de temparturas

Os sete primeiros meses de 2015 já haviam sido considerados os mais quentes registrados na superfície do planeta desde o início do acompanhamento das temperaturas, em 1880, pela Agência Oceânica e Atmosférica (NOAA), dos Estados Unidos. Julho também bateu o recorde de mês mais quente da Terra desde 1880, conforme dados da NOAA.

- O mundo está esquentando. Continua esquentando. Isso é mostrado cada vez mais em nossos dados - informou Jake Crouch, do Centro de Informação Ambiental da NOAA.

Segundo o meteorologista do Climatempo Luiz Felippe Gozzo, a tendência é de que as quebras de recordes de calor continuem nos próximos anos.

- Muitos cientistas dizem que é consequência da atividade humana, da poluição, que retém calor na atmosfera. Outros defendem que é uma variação natural do planeta que ocorre de tempos em tempos - finalizou.