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Como Será?

Rede Globo grava no RS quadro sobre iniciativas criativas em educação

"Tá no Quadro" é a nova atração do programa matutino de sábado, apresentado por Sandra Annenberg

14/08/2015 - 04h01min

Atualizada em: 14/08/2015 - 04h01min


Omar Freitas / Agencia RBS
Escola Sarmento Leite, no bairro Cristo Redentor, na Capital, foi uma das quatro instituições que a produção visitou

Sobram selfies, expressões informais e tiradas de sarro no "Tá no Quadro", nova atração do programa de televisão Como Será?, apresentado pela jornalista Sandra Annenberg aos sábados, 7h. A linguagem coloquial é a aposta da Rede Globo - que gravou em Porto Alegre e Região Metropolitana nesta semana - para fazer a gurizada enxotar a preguiça, acordar cedo e ligar a televisão nas primeiras horas do fim de semana. Na tela? Iniciativas criativas em educação.

A parafernália da gravação de um programa de televisão deixou extasiados os estudantes das quatro escolas gaúchas visitadas pela equipe de produção do quadro.

- Eles estão se achando as novas estrelas da Globo. Só vejo sorrisos - conta a diretora da Escola Estadual Prof. Gentil Viegas Cardoso, de Alvorada, Alda Maria Silvano.

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Puxar para cima a autoestima desses jovens é um dos objetivos do programa, mas não só. A ideia fundamental é mapear, no Brasil, projetos pedagógicos atraentes para que os jovens não só permaneçam na escola, mas também gostem de frequentá-la. No Rio Grande do Sul, vai ser exibido o caso de uma história em quadrinhos que revolucionou o ensino de Física em uma escola indígena, o projeto que valoriza o hobby de cada aluno para diminuir a defasagem de idade em relação ao ano escolar, o grupo que restaura equipamentos a partir de lixo eletrônico e o aplicativo desenvolvido para que os estudantes, sempre conectados, não se percam em meio ao calendário de provas e eventos.

No "Tá no Quadro", quem distribui as pautas entre os repórteres é Beto Câmara, dono de uma produtora fictícia de televisão -  é um personagem encarnado pelo ator Paulo Tiefenthaler, que ficou conhecido por apresentar o programa de culinária Larica Total, do Canal Brasil. Câmara interage com os repórteres a todo momento, em uma espécie de conferência online, outra atividade típica dos jovens.
 
- É uma linguagem bem mais documental do que de reportagem tradicional. O repórter filma o tempo inteiro com uma câmera de celular, enquanto a câmera profissional capta os bastidores. O formato se aproxima da linguagem adolescente, pois traz informação, mas não esquece o entretenimento - afirma Emília Silveira, diretora do quadro pela 70 Filmes Produções Artísticas, produtora contratada pela Globo para executar as gravações.

De acordo com o diretor do Como Será?, Maurício Yared, a concepção do programa foi, em si, um desafio criativo:

- O que as pessoas querem ver sábado de manhã? Como levar para o público um conteúdo relevante, mas de maneira, leve, bacana e moderna, que as pessoas consigam se divertir assistindo enquanto tomam o café da manhã ou se espreguiçam na cama? Queremos que os jovens e suas famílias, a partir do apresentado, cultivem planos e se inspirem em relação ao universo da escola.

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Se houve um roteiro preliminar de como as filmagens seriam conduzidas em cada escola, a graça foi alterá-lo à medida em que as surpresas se apresentavam. A produção não imaginava encontrar, por exemplo, uma figueira centenária no pátio da Escola Estadual Prof. Sarmento Leite, no bairro Cristo Redentor, na Capital. Nem estava previsto, mas a árvore acabou entrando para a lista de cenários. Foi ali que o aplicativo de gestão escolar foi apresentado às câmeras da Globo. 

- A questão do celular é uma briga quase perdida. Então, já que os alunos não largam o celular, a gente deve se apropriar disso para atraí-los. Quando o programa for ao ar, penso que essa ideia vai tomar corpo - diz a coordenadora pedagógica da escola, Lourdes Maria Beheregaray.

Inspirar outras instituições de ensino também é a expectativa da diretora da Escola Estadual Indígena Karai Arandu, Olga de Moraes. Nessa escola de Viamão, professores têm procurado trabalhar com uma metodologia que preserve a identidade guarani, sem descuidar do conteúdo. As histórias em quadrinho que ensinam Física do ponto de vista ambiental foram o destaque do episódio.

- Foi um dia inteiro de muita alegria e motivação, em que mostramos de forma natural o dia a dia da nossa escola, que exige uma abordagem diferenciada. Torcemos para que outros povos indígenas consigam visualizar a nossa realidade e passem também a apostar na escolarização dos nossos jovens.

Na escola de Alvorada, a equipe registrou o depoimento do estudante Gabriel Pinheiro, 14 anos, que há três vinha repetindo o 6º ano. Ele foi selecionado para participar do projeto Trajetórias Criativas de iniciação científica, em que os próprios alunos escolhem um assunto de seu interesse para pesquisar a fundo. Gabriel escolheu o boxe, apresentou aos colegas e já colhe os frutos da melhoria do seu rendimento escolar.

- Eu já estava com pouca confiança em casa porque não queria saber de estudar. Agora é diferente. Minha mãe começou até a investir em material escolar para mim - diz o jovem, que logo vai ser realocado para o 1º ano do Ensino Médio, em consonância com sua idade.

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A partir de outubro

Serão, ao todo, 18 episódios do "Tá no Quadro", com cerca de 10 minutos de duração. Cada um será sobre uma escola. A exibição das iniciativas gaúchas em educação está prevista para os dias 17, 24 e 31 de outubro e 7 de novembro. São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco também participaram das gravações.

O Como Será? é uma parceria do Jornalismo e da área de Responsabilidade Social da Globo com a Fundação Roberto Marinho, cujo objetivo é compartilhar experiências transformadoras e exemplos de cidadania para a construção de um futuro melhor.
O programa vai ao ar às 7h de sábado e é reprisado na GloboNews e no Canal Futura aos domingos, às 6h05min e às 15h, respectivamente.


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