No meio da crise que atinge as finanças do estado e de vários municípios, chama a atenção a situação de São Leopoldo. Apesar de administrar um dos maiores orçamentos da Região Metropolitana, a prefeitura não consegue pagar os salários dos servidores em dia há um ano. Até aqui, dentro do escalonamento iniciado em setembro do ano passado, todos os vencimentos eram depositados até meados do mês seguinte. Agora, a situação piorou.

Conforme calendário divulgado no fim de semana, os servidores com ganhos superiores a R$ 3 mil vão receber somente a partir de nove de outubro. E quem recebe acima de R$ 6 mil, caso do próprio prefeito Anibal Moacir (PSDB), só terá o salário depositado em 27 de outubro. Ou seja, com quase dois meses de atraso. Só a folha dos professores foi paga no dia 31 de agosto, dentro do prazo. Ontem, receberam os servidores com ganhos até R$ 2 mil. Os salários até RS 3 mil serão depositados no próximo dia 15.

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Segundo o prefeito, a tabela será repetida nos próximos meses, sob alegação de que setembro, outubro e novembro têm a pior arrecadação. A situação só deve melhorar no fim do ano, quando começa a entrar o dinheiro do IPTU. Para enfrentar as dificuldades, a prefeitura pretende vender imóveis e áreas pertencentes ao município, mas a proposta enfrenta resistência dos municipários, que rejeitam a venda do patrimônio. Outra providência para conter os gastos pode ser a redução dos serviços de saúde prestados a moradores de outras cidades.

Seja como for, são medidas paliativas que nem de longe poderão resolver o problema como um todo. A saída definitiva passa pelo aumento das receitas, que caíram bastante nos últimos tempos, mas também por uma reforma administrativa ampla, capaz de reduzir as despesas da máquina pública. Será possível? Com a palavra, o prefeito Anibal e sua equipe. A única coisa certa é que, do jeito que está, não pode continuar. É uma situação que São Leopoldo, com sua historia de prosperidade, não merece.

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*Diário Gaúcho