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Antônio Carlos Macedo e a mensagem aos servidores do Estado

Colunista escreve sobre o parcelamento dos salários dos servidores estaduais e o momento dificíl enfrentado por eles

01/09/2015 - 07h03min

Atualizada em: 01/09/2015 - 07h03min


Minha solidariedade aos servidores estaduais pelo momento difícil que enfrentam. Muitas vezes, temos a tendência de ver o funcionalismo como um ente material da administração pública. Esquecemos que há pessoas atrás de cada matrícula. Cada uma com a sua história, metas e compromissos. Gente que, diante do atraso nos salários, não pede favor, apenas o que tem direito como contrapartida aos serviços prestados à comunidade gaúcha. Dinheiro essencial para pagar contas e prover o sustento de milhares de famílias.

É preciso ser muito insensível para não se comover diante de drama tão grande e ainda criticar os protestos e paralisações decorrentes do atraso no calendário de pagamentos. Como se fosse natural trabalhar sem receber. Tem servidor que não conseguiria trabalhar mesmo que desejasse, pois a ajuda de custo para o transporte é paga junto com os salários e também atrasou. Sem grana para a passagem, é impossível chegar ao local de trabalho. Mas o pior de tudo é ver que a crise não tem perspectiva de solução imediata.

A menos que o governo tire um coelho da cartola, o que é improvável, a "bola de neve" só tende a aumentar, gerando novos parcelamentos e atrasos. Pobre servidor! Seu futuro não pode ser mais incerto. Mas pobre também do contribuinte gaúcho, que continua bancando a conta em troca de serviços cada vez mais precários.

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Maior patrimônio
Entre tantos casos dramáticos decorrentes do corte nos salários, destaco o relato do leitor Luiz Fernando de Souza, morador de Viamão: "A gente ouve, lê e vê sobre o parcelamento, mas, como não nos atinge, deixamos passar. No sábado, caí na realidade ao socorrer um vizinho com quase 80 anos e servidor aposentado há cerca de 20 anos. Ele passou mal, preocupado com a possibilidade de atrasar os pagamentos, coisa que zelou em toda a sua vida para não acontecer, preservando o nome, que é o seu maior patrimônio. No seu desespero, dizia que iria ao banco fazer um empréstimo para saldar as contas. Esses políticos não têm a noção do mal que estão fazendo. Eu fui contra as greves e protestos do mês passado, mas passei a apoiá-los diante do que presenciei", afirma Souza.

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*Diário Gaúcho


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