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Após Petrobras anunciar aumento de 6%, preço do litro da gasolina já chega a R$ 3,59 na Capital

Reajuste é sentido em 40% dos 80 postos de Porto Alegre visitados nesta quarta-feira pelo Diário Gaúcho e a Zero Hora

30/09/2015 - 18h14min

Atualizada em: 30/09/2015 - 18h14min


Jeniffer Gularte
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Adriana Franciosi / Agencia RBS
Posto na Avenida Juca Batista, na Zona Sul da Capital, reajustou o valor no começo da manhã desta quarta-feira

O que já estava caro ficará ainda mais pesado para o bolso do motorista. Desde a 0h de quarta-feira, a Petrobras aumentou nas refinarias a gasolina em 6% e o diesel em 4%. E o reflexo nas bombas de Porto Alegre não demorou a chegar. Na manhã desta quarta-feira, já era possível encontrar o litro a R$ 3,59 em estabelecimentos das Zonas Norte e Sul. Ainda assim, o consumidor mais atento, que correu para abastecer ontem, conseguiu encontrar postos com valores inalterados.

Um levantamento do Diário Gaúcho e da Zero Hora em 80 postos nas zonas Norte, Sul, Leste e Central da Capital identificou que 40% deles (32 postos) já haviam reajustado os valores até o final da manhã desta quarta, se comparada a última pesquisa feita pelo jornal nos mesmos postos, em 16 de julho. Dos estabelecimentos visitados pelo DG e pela ZH, 25 diminuíram de preço e 20 se mantiveram o mesmo valor se comparado ao último levantamento. O menor preço encontrado foi de R$ 3,23 no Posto Freeoil, na Avenida Farrapos, 1122.

Com reajuste, preço do botijão de gás supera R$ 60 em Porto Alegre

Na última verificação de preços da Agência Nacional do Petróleo (ANP), feita entre os dias 20 e 29 de setembro, o médio da gasolina de Porto Alegre era de R$ 3,31. O levantamento de ontem mostrou que a média já subiu para R$ 3,34, embora muitos postos ainda não tenham reajustado seus valores.



A principal justificativa da Petrobras para o reajuste é a disparada da moeda americana: como a empresa está endividada em dólar, o câmbio pressionou o aumento. Também contribuíram a desvalorização do barril do petróleo no mercado internacional e as denúncias de corrupção feitas pela operação Lava-Jato.

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ANP: aumento no posto deve ser de 4,6%

O coordenador da Regional Sul da ANP, Edson Silva, explica que o aumento de 6% foi aplicado a chamada gasolina A - que vem da refinaria. A comprada pelo consumidor no posto é composta por 73% de gasolina A mais 27% de álcool anidro - este não sofreu nenhum reajuste. Por isso, na avaliação dele, a alta do litro não poderia passar de 4,6%, o que gira em torno de R$ 0,15. Se o aumento praticado for de 6%, a alta poderá ficar em R$ 0,20.

Quanto ao tempo que levará para todos os postos aumentarem seus valores, dependerá da decisão de cada posto.  

- A refinaria aumentou na quarta, mas é uma questão de estratégia de cada posto, alterar ou não o preço logo. Se precisa ganhar dinheiro, vai aumentar. Agora também pode aproveitar para conquistar clientes adiando o aumento. Não há uma regra - afirma.

Ele ressalta que o papel do consumidor ainda é fundamental para frear um aumento abusivo e aconselha:

- A menos que consiga preço antigo, se puder, não encha o tanque nestes primeiros dias, abasteça só o suficiente para frear o ímpeto de mais aumentos.

Em três meses os gaúchos sofrerão com mais um reajuste devido ao aumento das alíquotas de ICMS de 25% para 30% aprovado pela Assembleia na semana passada. O aumento será aplicado para as refinarias que repassarão às distribuidoras e, consequentemente, aos postos.

"Para economizar, só se eu deixar de andar de carro"

Gerente de um Posto BR da Lomba do Pinheiro - que preferiu não se identificar - contou que ainda não havia alterado o preço pois não tinha sido oficialmente informado pela distribuidora. Segundo ele, enquanto houver estoque com o preço antigo, não irá aumentar o valor.

Proprietário de um Posto Ipiranga na Avenida Bento Gonçalves, Rafael Lopes Bazilevitz, aplicou o aumento de R$ 0,20 pois, segundo ele, o estoque acabou e a nova remessa já veio reajustada. 

- Neste caso, tem que subir na hora. As pessoas reclamam, chegam aqui e querem procurar outro posto, mas não tem o que fazer - diz ele, que já prevê queda nas vendas.

O motorista Davi Rocha, 50 anos, levou um susto ao abastecer em um Posto Ipiranga da Avenida Bento Gonçalves que recém tinha reajustado o valor, no final da manhã. No estabelecimento, o valor subiu de R$ 3,29 para R$ 3,49. Davi prevê que os R$ 0,20 a mais por litro vão pesar no final do mês. Atualmente gasta cerca de R$ 150, com o novo valor estima gastar até R$ 200.

- Nem estava sabendo, é um absurdo esse valor. E gasolina é algo que não tem como economizar, só se eu deixar de andar de carro. Todo dia de manhã gasto um monte só no para e arranca no trajeto entre Viamão e Porto Alegre - admite o morador do Bairro Santa Isabel, em Viamão.

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*Colaboraram Caren Baldo e Bruna Scirea.

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