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Como o aumento de ICMS vai impactar no orçamento de uma família

Com os gastos de Ronie e Claudia na ponta do lápis, economista da Fecomércio prevê que energia elétrica, gasolina e internet serão os serviços mais impactados no orçamento da família

24/09/2015 - 07h02min

Atualizada em: 24/09/2015 - 07h02min


Jeniffer Gularte
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Omar Freitas / Agencia RBS
Claudia e Ronie Gomes já estão de olho que o impacto do imposto terá no orçamento

Depois de enfrentar sucessivos aumentos ao longo do ano, as famílias gaúchas terão um novo e amargo incremento de gastos, aprovado na terça-feira pela Assembleia Legislativa. A elevação das alíquotas de ICMS vale só a partir de 2016, mas a família Gomes, do Bairro Rubem Berta, na Zona Norte da Capital, já está de olho nos impactos do tarifaço nas suas contas.

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A família é a mesma que em outubro do ano passado escreveu, a convite do Diário Gaúcho, uma carta com seus anseios para os candidatos a governador e presidente. Menos de um ano depois, o segurança Ronie, 45 anos, e a auxiliar administrativa, Claudia, 40 anos, calejados com aumento da energia elétrica, gasolina e dos alimentos, tentam, agora, prever como a elevação do ICMS afetará suas vida e a dos filhos André, oito anos e Lara, sete. 

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- Quando a gente menos espera, vem algo novo. Está um ano muito difícil - desabafa Ronie.

Com todos os gastos da família que são impactados pelo ICMS em mãos, a economista-chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo, faz uma projeção de quanto passarão a gastar a partir de janeiro.

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Levando em conta oito itens que serão diretamente atingidos pelo aumento, ela estima que a família terá um acréscimo de gastos de R$ 45,95 (4,87%), só para bancar o ICMS. Se agora gasta, em média, R$ 943 mensais - em gasolina, telefonia móvel, tevê a cabo, internet, refrigerante, energia elétrica, roupas e calçados -, passará a desembolsar, R$ 988,94 - levando em conta mesmos serviços, produtos e quantidades.
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- Esse valor (R$ 45,95) é mais ou menos o que eu gasto em pães por mês. Como se eu tivesse que trabalhar para pagar dois cafés da manhã - compara Ronie.

Para a família, os maiores impactos, em valores absolutos, serão na conta da gasolina, onde o gasto mensal vai de R$ 200 para R$ 214,29 (7,45%) e da energia elétrica, com valor que passa de R$ 170 para R$ 182,14 (7,05%). A internet terá aumento de R$ 10: de  R$ 140 para R$ 150 (7,14%). Os menores impactos serão nos itens refrigerante, de R$ 30 para R$ 30,75, e calçados, de R$ 73 para R$ 73,89.



Patrícia ressalta, porém, que os valores podem ser ainda maiores devido a efeitos indiretos como aumento de gastos de energia elétrica, combustível e telefonia das empresas, que pode ser repassado ao preço final do produto. Ela também também ressalta que o cálculo foi feito levando em conta que todas as etapas produtivas da cadeia de gastos continue com a mesma margem de lucro.

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No super, fique atento à limpeza e cosméticos

A família Gomes gasta, em média, R$ 700 ao longo do mês no supermercado. Não é possível precisar o aumento total de gastos sem analisar cada item comprado. Porém, embora os produtos da cesta básica não tenham sofrido alterações, materiais de higiene e limpeza sofrerão modificações nas alíquotas de ICMS. Segundo a previsão de Patrícia, espera-se que os gastos com materiais de limpeza aumentem 1,22% e em cosméticos 2,74%.

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"Não podemos gastar agora, vamos segurar"

A sequência de aumentos já tem provocado pequenas mudanças na família. Os filhos André, oito anos e Lara, sete, já não vão em todos os passeios da escola e as idas a lanchonetes também ficaram mais raras. No chuveiro, Ronie instalou um temporizador: depois de dez minutos a energia é suspensa e a água esfria. 

- O banho, agora, é mais rápido. Saímos de casa e desligamos tudo da tomada, só fica a geladeira - garante ele.

Os planos de fazer um muro e a conclusão da garagem serão adiados, assim como a troca do carro.

- Não podemos gastar agora, vamos segurar. No supermercado também há muita diferença de preços, compramos até menos do que antes e acabamos gastando mais _ compara Claudia. 

De um aumento, pelo menos, eles escaparam: como são evangélicos, não tomam cerveja, cuja alíquota passou de 25% para 27%. O que representa, em um fardo de 12 latas, aumento de R$ 30 para R$ 30,60.

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