Notícias



Espaço do Trabalhador

Cresce número de idosos no mercado de trabalho da Grande Porto Alegre

Aumento da representatividade deste público na população gaúcha resultou na maior presença daqueles que estão acima dos 60 anos de idade na população economicamente ativa

25/09/2015 - 13h09min

Atualizada em: 25/09/2015 - 13h09min


Mateus Bruxel / Agencia RBS

A população com idade a partir dos 60 anos está mais presente no mercado de trabalho da Região Metropolitana de Porto Alegre, de acordo com o Informe Especial da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED)-RMPA, divulgado ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE).

Os dados da PED revelam que o envelhecimento da população observado nas últimas décadas alterou a pirâmide etária da região. Houve aumento de 442 mil pessoas idosas entre 1993 e 2014, ou seja, um crescimento de 181,1% - enquanto isso, o aumento da população total foi de 22,9%.

14% dos brasileiros com mais de 70 anos continuam trabalhando, revela pesquisa

A proporção de idosos em 1993 era de 7,9%. Já em 2014, saltou para 18% da população total da Região Metropolitana. As mulheres predominam na população dessa faixa etária - são 60,3% do total de idosos.

Essa mudança impactou a composição da População Economicamente Ativa (PEA). São mais pessoas acima de 60 anos (+194,4%) e menos indivíduos abaixo de 15 (-86,0%) e entre 16 e 24 (-7,3%) no mercado de trabalho. Desta forma, a proporção dos idosos no total da PEA mais que dobrou, passando de 2,5%, em 1993, para 5,7% em 2014.

Redes sociais melhoram o bem-estar e combatem isolamento da terceira idade

Mas essa (re)inserção dos mais maduros no mercado de trabalho se dá em condições desfavoráveis, explica a pesquisadora responsável pelo estudo, socióloga Norma Kieling:

- Há menores possibilidades de emprego, vínculos empregatícios mais frágeis, postos de trabalho menos qualificados e, não raro, principalmente para as mulheres, remunerações inferiores.

População com mais de 59 anos é a que mais contrata planos de saúde, diz pesquisa

Embora tenha registrado melhora na qualidade da ocupação nas últimas duas décadas, a população idosa ainda está em posições mais precarizadas no mercado de trabalho comparada à população total.

Em 1993, eram 52,5%. Em 2014, são 47,7% as pessoas com mais de 60 anos assalariadas sem carteira assinada, autônomas, empregadas domésticas e trabalhadores familiares sem remuneração, contra 26,5% da população total.

Saiba o que é e como evitar o glaucoma

Com relação aos rendimentos, entre 2011 e 2014, houve aumento de 2,1% acima do total de ocupados. O rendimento médio dos idosos aumentou para R$ 1.929.

As trabalhadoras idosas seguem ganhando menos. O diferencial de rendimento por sexo é mais intenso entre os idosos. No período 2011-2014, a trabalhadora idosa recebia R$ 1.619, correspondentes a 69,5% da remuneração masculina (R$ 2.328), enquanto, no total da população, as mulheres recebem em média 75,2% do rendimento dos homens.

Noivos de 103 anos e 91 anos se tornam recém-casados mais velhos do mundo

Para Norma, a nova realidade demográfica deve inspirar políticas públicas e sociais que melhorem a inserção dos idosos no mercado de trabalho, buscando qualificação no nível educacional e empregos adaptados às necessidades desse contingente.

- A tendência é que tenhamos redução da população economicamente ativa e, portanto, será necessário intensificar a produtividade. Isso só se conquista com aposta na qualidade da educação - afirma.

A pesquisa é executada pela FEE em convênio com a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), Dieese, prefeitura de Porto Alegre e Fundação Sistema Estadual de Análises de Dados (Seade/São Paulo), com apoio financeiro do Ministério do Trabalho e Emprego/Fundo de Amparo ao Trabalhador.

Confira aqui o estudo completo e a síntese ilustrada.

Curta nossa página no Facebook


MAIS SOBRE

Últimas Notícias