Pelas Ruas



Rir é o melhor remédio

Estreantes em ONG, novos doutores palhaços levam sorriso a hospital de Porto Alegre

O Pelas Ruas acompanhou o primeiro dia dos voluntários Rosetta e Tapioca no São Lucas da PUCRS

10/09/2015 - 22h02min

Atualizada em: 10/09/2015 - 22h02min


Jéssica Rebeca Weber
Jéssica Rebeca Weber
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Leonardo ganhou sua foto com os doutores palhaços
Foto: Jéssica Rebeca Weber

Mal dava para reconhecer o empresário Eduardo Kutscher, 27 anos, ao colocar o nariz de palhaço e sair pelos corredores do Hospital São Lucas da PUCRS à caça de sorrisos. A maquiagem, o jaleco com a marca da ONG Doutorzinhos e o chapéu de cangaceiro têm certo mérito, mas a transformação mais evidente fica por conta da atitude dele: o jovem centrado, que administra uma empresa de consultorias em São Leopoldo, coloca a barriga pra frente, afina o sotaque inventado de nordestino e sai pelos corredores encarnando o Doutor Palhaço Tapioca, sem pudor:

- Eu vim vender água de coco, mas meu coco acabou. Agora o negócio é fazer a galera rir! - brincava.

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Na tarde desta quinta-feira, Eduardo estreou em um hospital junto com a doutora Rozetta, interpretada pela professora de teatro Rosa Centeno, depois de 60 horas de treinamento para ingressar na organização composta por voluntários que fazem palhaçadas em sete instituições de saúde de Porto Alegre. Eles são dois dos 24 novos integrantes que foram escolhidos entre 576 inscritos para integrar a Doutorzinhos, criada em 2006. Para Rosa, foi ainda mais especial, por se tratar do primeiro dia como voluntária nos seus 62 anos - ela confessa que nem conseguiu dormir de ansiedade. Destaca que o dia foi puxado, mas gratificante: no final da tarde, a dupla estava sorrindo ainda mais do que as crianças.

- Foi cheio de surpresas - diz ela. - Eu considero que, em vez de ficar parado vendo a caravana, é mais interessante fazer parte dela. Antes que ela passasse, eu entrei.

Leonardo Lucas, 10 anos, que estava no hospital para uma consulta com o otorrinolaringologista, insistiu para tirar uma foto com a trupe. A mãe, Patrícia Faleiro, 29 anos, acredita que o projeto faz uma ida ao hospital, que costuma ter um ambiente pesado, se tornar mais agradável.

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-Distrai eles um pouco. Pelo menos ficam mais felizes - destaca a agricultora.

O coordenador e idealizador da ONG, que foi inspirada na história de Patch Adams (que ficou famosa na atuação de Robin Williams, em filme homônimo), acompanhou a dupla na estreia, divulgando-se como pé-diatra: doutor de frieira, bicho de pé e chulé. Maurício Bagarollo destaca que o objetivo é, além de entreter os pacientes, ajudar de alguma forma no tratamento.

- A gente acredita que o riso tem um poder de curar, de colaborar na recuperação física e psicológica dos pacientes - afirma. - A recompensa é ver que todo o trabalho, todo o esforço e a qualificação que a gente preza tem um resultado que faz diferença.

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