O primeiro dia de greve nacional dos médicos peritos do INSS começou com filas nas portas das agências de Porto Alegre, nesta sexta-feira. Os que já tinham agendamento de perícia foram atendidos. Já os que esperavam sem ter hora marcada, na esperança de conseguir uma vaga, tiveram de voltar para casa sem o serviço.

Este foi o caso do auxiliar de fábrica Jorge Luís Rosa Vidal, 57 anos. Com um problema de saúde, ele precisa afastar-se do trabalho e, por isso, quer contar com o auxílio-doença.

Foto: Ronaldo Bernardi / Agência RBS

Chegou às 6h ao INSS do Bairro Passo D'Areia. Era o primeiro da fila, mas saiu apenas com um papelzinho no qual estava anotado o telefone 135, da central de teleatendimento para onde as pessoas são orientadas a ligar para marcar consultas.

- Agora é esperar. Não faço ideia de quando vou poder ter atendimento - queixa-se.
Além da greve dos peritos, os servidores do INSS também estão parados há 60 dias.

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Adesão

Segundo a Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP), na avaliação do primeiro dia de greve, foi possível contabilizar apenas o atendimento em Canoas, onde sete funcionários trabalharam - 35 aderiram à greve. Nos dados nacionais, dos 4,35 mil médicos peritos, 3.519 estão paralisados.

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Das 104 gerências executivas da ANMP, ao menos cem aderiram ao movimento. De acordo com a secretária da ANMP, Clarissa Bassin, a orientação é de que as pessoas que estão com perícia marcada compareçam às suas agências.

- A prioridade de atendimento é para aqueles que irão na primeira perícia, que ainda não recebem o benefício. Quem já tem o auxílio, mas precisa renovar, também deve comparecer no horário determinado. Se não for possível o atendimento, ela será remarcado e, com isso, a pessoa terá a garantia do pagamento até a próxima perícia - explica Clarissa, que ressalta a importância da pessoa se apresentar ao INSS e retirar um documento que comprove que esteve no local.

Foto: Ronaldo Bernardi / Agência RBS

Em nota, o INSS orienta que segurados que possuam agendamento de perícia médica liguem para a Central 135, para consultar previamente a situação do atendimento na unidade. Quem não for atendido em razão da greve terá sua data de atendimento remarcada. Segundo o Instituto, "a data originalmente agendada é considerada a data de entrada do requerimento, para evitar qualquer prejuízo financeiro nos benefícios dos segurados".


Blitz do DG

Na manhã desta sexta-feira, o Diário Gaúcho percorreu as seis agências do INSS na Capital. Em todas, um número mínimo de médicos peritos prestava atendimento exclusivamente para os agendados. Na maioria dos locais, os seguranças são responsáveis por deixar as pessoas entrar: eles carregam folhas com o nome das pessoas agendadas.

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- Passo D'Areia - Apenas pessoas com perícia médica agendada foram encaminhadas para atendimento. Quem não tinha hora marcada ou buscava outro tipo de serviço não foi atendido. O único servidor no balcão alertava as pessoas para a greve dos peritos e orientava que o pessoal voltasse no fim do mês, quando, talvez, a greve termine.

- Petrópolis - Na agência da Protásio Alves, o vigilante carrega uma folha com os nomes dos agendados. Além das perícias médicas, outros atendimentos previamente marcado estavam sendo atendidos.

- Bento Gonçalves - Como no Bairro Petrópolis, os seguranças carregam a lista das pessoas com agendamento. No local, houve o caso de um cidadão que precisava entregar documentos para a aposentadoria com urgência, pois tinha recebido uma carta do órgão com prazo, porém, não foi atendido. Os vigilantes informaram que só atenderiam a população se a imprensa fosse embora.

- Azenha - Exclusivamente perícia médica agendada estava funcionando. Outros serviços não estavam sendo realizados.

- Cavalhada - Na Zona Sul, dois médicos peritos trabalharam, mas com turno reduzido. A agência abriu as portas apenas para agendados, das 7h às 13h. Quem tem hora marcada após este horário, na parte da tarde, deve reagendar atendimento. Se algum servidor estiver por lá, pode tentar encaixar para o dia seguinte, caso contrário, é preciso ligar para o 135.

- Centro - Dependendo do caso - e se está agendado -, a pessoa é atendida. Alguns desavisados que comparecem sem marcar previamente são orientados a buscar teleatendimento ou agendar online.

Foto: Ronaldo Bernardi / Agência RBS

Fique esperto

- Segundo a presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário, Jane Berwanger, quem tem atendimento de perícia médica agendado deve ir ao INSS.
- Se não for atendido, a pessoa deve tentar obter um comprovante de que compareceu ao local.
- Caso, nos próximos dias de greve, a agência estiver totalmente fechada, a pessoa deve fotografar a situação, se possível.
- É orientado que se faça uma denúncia na ouvidoria, pela internet, e guarde o comprovante. Se não, é possível fazer pelo 135 e registrar o número do protocolo.
- O benefício que a pessoa já vem recebendo não pode ser cessado.

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* Diário Gaúcho