Polícia



Porto Alegre

"O meu irmão já tinha se rendido", diz irmã de jovem morto no Bairro Santa Tereza

Tenente-coronel da BM Antônio Carlos Maciel Jr alega que Ronaldo Lima teria atirado nos policiais. Testemunhas afirmam ter ouvido apenas um disparo. Perícia vai determinar em que região do corpo o rapaz foi atingido

03/09/2015 - 10h18min

Atualizada em: 03/09/2015 - 10h18min


Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Moradores protestaram contra a ação da Brigada Militar

Por volta das 7h da manhã desta quinta-feira, a Brigada Militar fazia um patrulhamento de rotina na região conhecida como Buraco Quente, no Bairro Santa Tereza, Zona Sul de Porto Alegre. Quando estavam na Rua Dona Maria, se depararam com um suspeito.

Segundo o tenente-coronel da Brigada Militar Antônio Carlos Maciel Jr, comandante do 1º BPM, Ronaldo Lima, 18 anos, estaria armado com um revólver calibre 38, já apreendido, e teria atirado contra os policiais. Ação, essa, que teria motivado a contrapartida dos agentes - que atiraram e mataram o suspeito. Testemunhas afirmam, porém, que apenas um disparo foi ouvido.

Moradores acuam Brigada Militar após morte de homem no Bairro Santa Tereza

Familiares de Ronaldo garantem que ele estava voltando de uma festa no Centro. Patrícia Paris, 24 anos, irmã da vítima, diz que a polícia foi covarde:

- O meu irmão já tinha se rendido. Ele ergueu as mãos e eles atiraram. E depois não nos deixaram socorrer. Foi tiro pelas costas.

A população local se revoltou, sob a mesma alegação feita pela irmã do homem morto - de que Ronaldo não estaria armado e já teria se rendido. Inicialmente, havia três policiais no local. Devido às ameaças dos populares, os agentes solicitaram reforço. Mais cinco policiais chegaram e ficaram cercados pelos moradores da vila.

Agentes do Batalhão de Operações Especiais (BOE), do Pelotão de Operações Especiais (POE), do 1º e 9º BPMs, e até mesmo um helicóptero foi utilizado na ação - que mobilizou em torno de 50 policiais.

O corpo foi recolhido do local sem que a perícia inicial fosse possível, em virtude da confusão. Agora a 6ª DHPP aguarda a análise inicial dos peritos, que deve determinar principalmente a região do corpo de Ronaldo atingida pelo disparo fatal.

Internamente, o 1º BPM abrirá um inquérito policial militar para apurar a ação dos PMs. As armas dos policiais envolvidos na abordagem inicial foram recolhidas.

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* Diário Gaúcho


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