Porto Alegre



Alternativa inspirada em SP

Prefeitura estuda implantar "táxis pretos" para combater Uber em Porto Alegre

Iniciativa seria opção para atender à demanda da população por melhor serviço de táxi na cidade

24/11/2015 - 17h49min

Atualizada em: 24/11/2015 - 17h49min


Débora Ely
Débora Ely
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Tonico Alvares / Câmara dos Vereadores
Cappellari e vereadores da Capital trataram do aplicativo em reunião na tarde desta terça-feira

A prefeitura estuda a implantação de táxis executivos para combater o Uber em Porto Alegre. Avaliada como uma alternativa para atender à demanda da população por um melhor serviço de táxi na cidade, a iniciativa tem inspiração no modelo adotado pela administração municipal de São Paulo - onde os veículos foram apelidados de "táxi preto", em alusão aos carros escuros operados pelo aplicativo de "caronas" pagas.

Na capital paulista, o novo serviço inclui 5 mil novos veículos que não terão taxímetro e serão acionados por meio de aplicativos (o Ministério Público recomendou que a prefeitura cancelasse o sorteio dos novos alvarás por considerar que a seleção deve ser feita por meio de concorrência pública). O pedido para que a alternativa fosse analisada partiu do prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, que criou um grupo de trabalho para sobre o tema.

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- Há alguns entraves na questão legal de Porto Alegre, e o processo não seria tão rápido. Vamos avaliar essa possibilidade para que tenhamos alternativas e, principalmente, possamos atender a uma demanda da população, que está pedindo um melhor serviço de táxi na cidade. É a primeira alternativa que surgiu no país. Vamos discutir dentro do grupo várias possibilidades, mas essa é uma alternativa real que está em curso - disse o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari.

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A EPTC não detalhou se o serviço seria mais caro do que os táxis convencionais - mas Cappellari os comparou aos táxis brancos que atendem ao aeroporto Salgado Filho.

Na tarde desta terça-feira, véspera da votação do projeto de lei que proíbe o transporte remunerado de passageiros em veículos particulares cadastrados por aplicativos ou plataformas semelhantes (modelo de atuação do Uber), Cappellari participou de uma reunião na Câmara de Vereadores da Capital. Ele reafirmou que a EPTC segue no cerco ao Uber por considerá-lo transporte clandestino, uma vez que desrespeita a lei municipal. Na prática, mesmo se aprovada, a proposta do Legislativo não altera a estratégia de combate ao aplicativo já adotada pela prefeitura.

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* Zero Hora

- O projeto de lei reafirma a ilegalidade de aplicativos que usam o transporte individual de passageiros com placas cinza. Isso não pode - afirmou o vereador Claudio Janta (SDD), autor da proposta apresentada em julho.

Mas a posição não é unânime na Câmara. O vereador Nereu D'Ávila (PDT) defendeu a regulamentação do serviço, e não a proibição.

- Como vamos proibir aquilo que veio para ficar e beneficia a população? Temos de regulamentá-lo, não combatê-lo - apontou.

Internamente, a prefeitura acredita que o "Uber não se enquadra em regulamentação", como citou um técnico na reunião. O Uber considera que seus motoristas parceiros oferecem um serviço de transporte individual privado, legal de acordo com lei federal.

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