Pelas Ruas



Geladoteca

Biblioteca dentro de geladeira vira atração em calçada do bairro Higienópolis

Além de deixar e levar livros, moradores passaram a compartilhar recados positivos

02/12/2015 - 03h05min

Atualizada em: 02/12/2015 - 03h05min


Jéssica Rebeca Weber
Jéssica Rebeca Weber
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Você é daqueles que demora para se decidir quando abre a porta da geladeira, desenvolvendo altas filosofias enquanto escolhe o que por no sanduíche? Então curtiria a novidade que há na calçada da Rua Portugal, onde parar para pensar na frente do refrigerador é liberado, não gasta energia elétrica e até faz bem.

A "geladoteca", como os moradores definem a pequena biblioteca comunitária dentro de uma geladeira desativada, foi instalada no bairro Higienópolis por iniciativa da microempresária Viviane de Melo, 49 anos. Com o objetivo de tornar a leitura mais acessível a todos, há um mês, ela pintou o eletrodoméstico estragado de verde, vermelho e azul e o expôs na frente de casa, com 54 livros no interior e uma mensagem na porta: "Doe um Livro e Retire Outro". Hoje, há três vezes mais edições, e ela destaca que a rotatividade de exemplares é evidente:

- Tem tanta coisa boa que entra e sai... A comunidade abraçou essa causa.

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Aos poucos, os moradores também decidiram compartilhar revistas, DVDs, marcadores de página. A engenheira química Isis Sieverdt, 30 anos, que se encantou com a "geladoteca" na última segunda, destaca ainda os bilhetes com poemas e mensagens positivas deixados pelos usuários. Em uma folhinha, foram grafados, à mão, os seguintes versos sobre a "geladoteca":

"Rua Quieta
Uma apologia à primavera conveniente
Então
Essa geladeira colorida
Se põe - surrealisticamente
No meio do caminho
E enche a cidade
De pequenas vozes"

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Viviane também se emocionou com esta mensagem, e chegou a compartilhá-la nas redes sociais para tentar encontrar o autor - queria lhe dar um abraço. A microempresária destaca que a biblioteca ganhou proporções ainda mais positivas do que esperava:

- A ideia inicial era que as pessoas lessem mais, mas o calor humano que essa nossa gelada "geladoteca" gerou não tem preço.


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