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Estrada do Inferno

Buracos desafiam motoristas na RSC-101, entre Capivari do Sul e Tavares

Trecho de cerca de 200 quilômetros chega a ter panelões de dois metros de largura e 10 centímetros de profundidade

09/12/2015 - 15h58min

Atualizada em: 09/12/2015 - 15h58min


Bruna Scirea
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Omar Freitas / Agencia RBS
Trecho mais crítico fica próximo ao km 152 da rodovia, em Mostardas

É praticamente impossível dirigir dentro da lei no trecho da RSC-101, entre Osório, no Litoral Norte, e Tavares, no sul do Estado. São centenas de buracos que obrigam motoristas a andar em ziguezague, a transitar pelo acostamento e até mesmo a parar o carro. Nos pontos mais críticos, e não são poucos, o jeito é reduzir completamente a velocidade e escolher a menor cratera a ser cruzada.

O percurso de cerca de 200 quilômetros é administrado pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Sul (Daer) e, ainda que asfaltado e melhor do que já foi um dia, está longe de perder o apelido de "Estrada do Inferno" - alcunha que se torna ainda mais apropriada próximo ao km 152, em Mostardas, onde buracos viram panelões de até dois metros de largura e 10 centímetros de profundidade.



- Moro aqui há 15 anos, e a situação sempre foi assim. Há cinco anos até fizeram um tapa-buracos caprichado. Depois disso, o Daer só vem aí com uma caçambinha, tapa os buracos que dá, vira as costas e tchau. Sobra para a gente a demora (nos deslocamentos), a insegurança e o custo com a manutenção dos carros - lamenta o agricultor Dirceu Oliveira, 50 anos, morador de Mostardas que usa a estrada diariamente.

Antes federal, a estrada passou para a responsabilidade do Daer em 2006. De acordo com o departamento, desde então, a manutenção é feita "sempre que há possibilidade" - só que, quando os recursos são escassos, as tais possibilidades também se tornam raras. Um dos últimos reparos feitos na rodovia foi concluído no ano passado, após muitos protestos: a operação tapa-buracos no trecho entre Capivari do Sul e o distrito de Solidão, em Mostardas. Em 84 quilômetros, a situação ficou só um pouco melhor.

-  Eles arrumam um pedaço, nunca toda a extensão. Quando acabam de um lado, o outro já estragou de novo. Além disso, a parte que foi restaurada no ano passado ainda está sem sinalização e sem faixa branca no meio da pista. É terrível andar à noite ou em dia de chuva - afirma Claudecir da Rosa, 36 anos, serrador.

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Recentemente, o Daer recebeu material asfáltico da Petrobras, e as obras de restauração do restante da rodovia já possuem empresa contratada. Elas aguardam, no entanto, a liberação de recursos. Enquanto isso, nesta semana, reparos menores serão realizados no trecho de Bacopari-Mostardas (onde o fluxo é mais intenso no verão), afirma o órgão.




Para o prefeito de Mostardas, Alexandre Galdino, operações tapa-buraco até resolvem parte dos problemas, mas não têm durabilidade - principalmente em anos chuvosos, como foi 2015. Segundo o gestor, o Estado não tem condições de tocar a obra necessária para toda a extensão da rodovia.

- É preciso fazer o recapeamento de fora a fora. É por isso que, junto com lideranças de outros municípios, estamos defendendo e tentando encaminhar a federalização da RSC-101 - afirma Galdino.

Na terça-feira, o secretário estadual dos Transportes, Pedro Westphalen, levou a questão para o Ministério dos Transportes, em Brasília. De acordo com a secretaria, é o pontapé inicial do processo. Já o Daer, quando questionado por Zero Hora, afirmou que a devolução do trecho entre Osório e Tavares foi encaminhada com a da RSC-470, que acabou passando antes para a responsabilidade do governo federal.


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