Trânsito



Menino Deus

Moradores instalam árvore de Natal e penduram pedidos para a EPTC

Comunidade reivindica instalação de sinaleira nas esquinas das ruas Miguel Couto e Dona Augusta

12/12/2015 - 14h45min

Atualizada em: 12/12/2015 - 14h45min


Débora Ely
Débora Ely
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Tadeu Vilani / Agencia RBS

A duas semanas do Natal, moradores do Menino Deus já sabem o que querem de presente: a colocação de semáforos nas esquinas das ruas Miguel Courto e Dona Augusta. Em manifestação neste sábado, a comunidade instalou um pinheiro no local e, nos galhos, pendurou pedidos para a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).

"Querida EPTC! Nesse Natal, desejo ser ouvida. Que os pedidos dos porto-alegrenses sejam atendidos. Mais segurança para a população, por um trânsito mais humano", dizia uma das mensagens. "Pela segurança, pelo amor, à vida, ao próximo, pela paz", pedia outra.

Moradores pedem mais segurança no trecho desde que foram implantadas mudanças no trânsito na região. Em julho, a Dona Augusta passou a ser a preferencial (anteriormente, era a Miguel Couto) devido às adequações impostas pela construção de condomínio no antigo Estádio dos Eucaliptos e deixou de ter circulação em ambas as mãos, formando um binário com a Rua Silveiro.

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- Virou uma pista de corrida. Acontecem vários acidentes. Acidentes diários. Não são semanais, mas diários - reivindica a secretária Andréa da Silveira, 51 anos, moradora da Miguel Couto. - A gente pede uma sinaleira porque o trânsito continua muito perigoso.

Os pedidos se intensificaram há dois meses. Em 8 de outubro, uma batida entre um lotação e um Fiesta provocou a morte de duas pessoas no cruzamento. Anteriormente, um motociclista havia morrido em acidente no mesmo ponto. Neste sábado, as três vítimas foram homenageadas com a pintura de borboletas da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga - Vida Urgente no asfalto.

Neste sábado, as três vítimas foram homenageadas com a pintura de borboletas da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga - Vida Urgente no asfalto.

Ainda no final de outubro, a EPTC reforçou os sinais de trânsito nas vias e, há três dias, instalou três novos quebra-molas nas ruas Dona Augusta e Silveiro. Mas a comunidade não considera as iniciativas suficientes.

- Sempre desejamos uma sinaleira porque é algo muito mais ostensivo. O quebra-molas serviu para que as pessoas preservem o seu patrimônio, que é o carro, mas, depois, voltam a acelerar - reclama uma moradora que prefere não se identificar.

A EPTC afirma que estudo técnico realizado entre outubro e novembro não indicou a necessidade de instalar sinaleiras no cruzamento.

- Os índices de circulação foram muito abaixo do que é indicado para implantar um semáforo. Usou-se desse estudo para colocar as lombadas fisicas justamente para reduzir a velocidade das vias. A não ser que mude a realidade do local, não tem como implantar semáforos - defende Cappellari.

O diretor-presidente da EPTC avalia uma sinaleira implantada em uma via na qual não haja circulação de veículos suficiente para justificá-la gera um risco maior porque "o índice de desrespeito (ao sinal) se torna muito alto". Perito criminal aposentado e especialista em acidentes de trânsito, Clóvis Xerxenevsky discorda:

- Concordo com o semáforo porque é mais eficiente do que uma lombada. Depois que passa o quebra-molas, o motorista acelera de novo. E, com uma sinaleira, não. Ele se você obrigado a parar.

Foi organizada uma espécie de abaixo-assinado online para protestar pelos semáforos. Ao assiná-lo, automaticamente, é enviado um e-mail para Cappellari e a gerente de Trânsito e Circulação da EPTC, Carla Meinecke. Até as 14h deste sábado, 432 mensagens haviam sido mandadas. O órgão pretende organizar uma reunião com a comunidade para apresentar o estudo realizado sobre o trecho.

* Zero Hora


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