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Crise na Segurança

Câmeras de segurança não inibem mais assaltantes, diz delegado 

Restaurante com vigilância foi alvo de arrastão na noite da noite da última quinta-feira  

29/01/2016 - 13h06min

Atualizada em: 29/01/2016 - 14h45min


Jaqueline Sordi
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As mais de 15 câmeras de segurança que fazem a vigilância do restaurante Habib's, no bairro Moinhos de Vento, não foram um obstáculo para que pelo quatro homens entrassem armados no local, sem máscaras, e fizessem um arrastão por mais de 10 minutos durante a noite da última quinta-feira.

Bandidos fazem arrastão em restaurante no bairro Moinhos de Vento

Para o delegado Marcelo Moreira da Silva, diretor do Departamento de Polícia Metropolitana, a ação dos bandidos reflete um comportamento cada vez mais comum entre os assaltantes da Capital: eles não temem mais a vigilância por acreditar que sairão impunes do crime.

– Hoje as câmeras não tem sido mais um obstáculo. Esse é um tipo de crime de oportunidade, os ladrões se sentem seguros em cometê-lo e, e isso porque eles acreditam que não permanecerão presos por muito tempo – complementa.

"Em menos de 15 minutos, assaltaram todas mesas", conta cliente assaltada em restaurante

O ataque ao Habib's foi, pelo menos, o quinto caso de arrastão em restaurante na Capital nos últimos três meses. Durante o período em que permaneceram no local, os bandidos roubaram pertences de cerca de 30 clientes e levaram o cofre do estabelecimento. Conforme relatos de testemunhas, eles agiram de forma discreta e organizada.

De acordo com Moreira, apesar do elevado número de assaltos nos últimos meses, ainda não há nenhum indicativo que se trate de uma quadrilha específica e especializada nesse tipo de roubo:

– Esse é um tipo de crime que não tem grande investimento em planejamento. Nos parece mais crimes de oportunidade, na qual um dos homens vai ao local antes, vê como está, e o delito é cometido. Não exige uma complexidade maior, como um assalto a banco.

Qual a saída contra a violência, segundo BM e Polícia Civil

De acordo com o tenente-coronel Kleber Rodrigues Goulart, comandante do Policiamento da Capital, o alto índice de assaltos a estabelecimentos comerciais tem levado a Brigada Militar a intensificar o patrulhamento motorizado:

– Esse é um tipo de crime que ao longo de 2015 nos preocupou bastante, então começamos a mapear os locais onde estão ocorrendo as ações e a manter isso mais no nosso foco.

Crise na Segurança: os relatos de quem foi vítima da violência

Goulart afirma que as guarnições estão fazendo contato preventivo com os estabelecimentos para orientar os proprietários e funcionários sobre como agir ao notar alguma atitude diferente por parte das pessoas que ingressam no local.

Além disso, o delegado Moreira explica que muitas vítimas deste tipo de assalto acabam não registrando queixa na polícia, o que dificulta as investigações. No caso do arrastão ao Habib´s, na qual mais de 30 pessoas foram vítimas, somente uma havia registrado ocorrência na polícia até o meio-dia de sexta-feira.

– As pessoas têm que ir à polícia, para termos mais conhecimento dos fatos. Às vezes, por exemplo, uma pessoa que tem o celular roubado acha que não vale a pena registrar ocorrência, mas esse mesmo dispositivo pode estar sendo usado pelo ladrão, o que ajudaria a encontrá-lo – alerta.


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