Pelas Ruas



Troca justa

Focos de lixo cedem lugar para jardins em Porto Alegre

DMLU diz que já há aproximadamente 140 áreas revitalizadas, com mudas plantadas dentro de pneus coloridos

20/01/2016 - 04h07min

Atualizada em: 20/01/2016 - 04h07min


Jéssica Rebeca Weber
Jéssica Rebeca Weber
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Você já viu folhagens, mudas de árvores ou flores plantadas dentro de pneus coloridos junto a movimentadas ruas de Porto Alegre? Elas fazem parte de um projeto que propõe uma troca justa para a cidade: remove-se um foco de lixo, que é substituído por um jardim.

A iniciativa é do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), que desde 2013 vem usando as plantinhas como artimanha para combater os 459 focos crônicos de lixo localizados na Capital. Desde então, foram construídos cerca 140 desses jardins, e a experiência tem sido positiva, segundo o diretor do DMLU, André Carús. Ele diz que nenhum dos espaços revitalizados tornou a ser um foco crônico de lixo.

- A intenção é ampliar a consciência da população de que aquele também é um espaço de convivência, e não um espaço de degradação ambiental - salienta.

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Também é instalada uma placa que indica a proibição de descarte de lixo no local, alertando para a cobrança de multa considerada gravíssima, que passa de R$ 5 mil, destaca Carús. Os pneus utilizados para plantar as mudinhas muitas vezes são retirados dos próprios depósitos irregulares de lixo, ou adquiridos por doação.

O DMLU conta com a ajuda da comunidade para manter os jardins limpos e vivos. Com a implantação de um desses espaços na lateral do Posto de Atendimento Cruzeiro do Sul, no bairro Santa Tereza, a camareira Adriana dos Santos Brum, 37 anos, diz que a vizinhança está se empolgando para irrigar as plantas. Ela promete que vai ajudar a mantê-lo limpo.

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- Ficou bem legal, melhor do que estava. Era um horror de mosquito, de cheiro, de bicho - lembra.

Na Vila Assunção, o jardim está sendo construído às margens da Avenida Guaíba. A alguns metros dos pneus já colocados, aguardando as folhagens, ainda há dois montes de lixo. O aposentado Valdir da Silva, 53, duvida que a iniciativa acabe com o problema, e pede um contêiner. Na Avenida Bento Gonçalves, perto do Sanatório Partenon, Stefane Dias, 28, relata problema semelhante, de deslocamento do foco de lixo, e faz a mesma reivindicação.

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Carús afirma que o departamento também trabalha com conscientização junto aos moradores, para que respeitem o dia e o horário das coletas. O DMLU informa ainda que os contêineres adquiridos recentemente estão sendo instalados primeiramente nas regiões mais centrais, mais habitadas, e, gradualmente, deverão ser estendidos para outras partes da cidade.

Se você sabe de um foco de lixo que poderia virar um jardim, solicite averiguação pelo e-mail dmlu@dmlu.prefpoa.com.br.

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