Os jovens que estão no comando de facções nas nossas favelas precisam se lembrar que os leões são os reis da selva, mas isso só rola até eles encontrarem um caçador com boa mira. Não podem acreditar no holograma de que são "patrões" da boca e que ter uma pistola carregada mais meia dúzia de "bonecos" garante a manutenção de um pseudo império.

Deveriam olhar para a história do crime e pensar: se nem Pablo Escobar, que mandava em Medellín e comandava a Colômbia, conseguiu ficar de pé, será que eles vão? Não vejo mérito nenhum em morrer crivado de balas na frente da mãe e dos filhos.

Se fizer beicinho com esse texto, é mais infantil do que eu pensava. É só pensar: será que um menino de 20 anos que treina tiro nas latas no campinho vai ganhar de um atirador de elite da polícia, com mais de 200 horas de tiro por ano? A resposta dessa pergunta está nos números absurdos de mortes de jovens que são enterrados todos os anos.

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Chute

Boa parte desses jovens com arma na mão não tem pegada de bandido. Uma prova disso é que acham que, quanto mais sanguinário, mais bandido, quanto mais ostentam, mais bandido, quanto mais temidos, mais matam, mais bandidos.
Descansar o gatilho e ouvir a coroa é a verdadeira malandragem. Corta o coração ver esses meninos meterem os pés pelas mãos, mas espero que vivam suficiente para entender que quem mete os pés pelas mãos, ao invés de agarrar as oportunidades, chutam elas para longe.

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