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Pacientes sofrem com a falta de medicamentos em farmácias públicas de Porto Alegre

Demora em distribuição de remédios e em nova compra deixa postos sem parte dos produtos para oferecer aos usuários

19/01/2016 - 07h15min

Atualizada em: 19/01/2016 - 07h15min


Fernando Gomes / Agencia RBS
Jorge tem problemas cardíacos e diabetes

A população de Porto Alegre está há pelo menos dez dias sem boa parte dos medicamentos básicos distribuídos pelas farmácias distritais e unidades de saúde. Os remédios que a prefeitura tinha em estoque deveriam ter sido entregues às farmácias a partir do primeiro dia útil do ano. Porém, só começaram a ser distribuídos no dia 11 deste mês e ainda não foram entregues na maioria das farmácias públicas.

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Além disso, a compra de remédios referente a janeiro foi feita com 12 dias de atraso. Por conta disso, os locais que deveriam dispor de cerca de 105 medicamentos básicos da saúde estão tendo de divulgar diariamente listas com os remédios que estão em falta - cerca de um terço em cada local.

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A situação prejudica usuários como o aposentado Walter Rubem, 63 anos, presidente do Conselho de Saúde do posto Nossa Senhora Aparecida, no Bairro Sarandi. Walter está atrás de remédios tratar uma hérnia no estômago, mas não conseguiu os remédios em nenhum posto da Zona Norte. 

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- Os funcionários falam que ainda não receberam nada. Como pode isso? - questiona.

No posto Nossa Senhora Aparecida, faltam 28 remédios. Com o atraso no abastecimento, cada medicação que termina não é reposta.

Farmácia Distrital

A mesma situação aconteceu com Jorge Antonio Silva dos Santos, 58 anos, que tenta na Justiça o auxílio-doença. Ele tem problemas cardíacos e diabetes: 

- Não encontrei o medicamento no posto Santa Maria nem na Distrital Zona Norte. Tive que pedir dinheiro emprestado.

Jorge precisa do remédio Metropol, para o coração. Ele precisa de cerca de seis caixas por mês. Cada caixa custa R$ 23, o que soma R$ 138 só neste medicamento. Na porta da Farmácia Distrital, a lista dos medicamentos que estão em falta:
32 itens, sem previsão de chegada.

A história de repete na Unidade de Saúde Vila Floresta, no Bairro Cristo Redentor. De
70 medicamentos oferecidos no local, apenas 37 estão disponíveis para retirada.

O DG entrou em contato com as dez farmácias distritais da Capital à procura de medicamentos. Destas, sete ainda não receberam remédios referentes a janeiro.
Três informaram que receberam no fim da semana passada alguns itens.

Falta de repasses atrasou compras

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o principal motivo para a demora seria o atraso de repasse em verbas federais (R$ 610 mil) e estaduais (R$ 280 mil) para a compra dos remédios. De acordo com a coordenadora adjunta da Assistência Farmacêutica, Ruth Gonçalves, as verbas de dezembro vieram em janeiro: 

- Compramos o que deu com a verba do município. Como não trabalhamos com estoque de reserva, eles precisam ser comprados todos os meses. Qualquer atraso gera odesabastecimento.

 A Secretaria Estadual da Saúde não confirma o atraso, mas informa que, se houver algum valor faltando, a verba deve ser paga em 24 parcelas, conforme acordo feito com a Famurs.

O governo federal garante que repassou 95% do orçamento da compra de medicamentos para as prefeituras (R$ 15,7 bilhões) e que os outros 5% foram entregues em janeiro.

Solução até fevereiro

De acordo com Ruth, a prefeitura da Capital comprou na terça-feira passada, dia 12, o lote de remédios equivalentes a janeiro, com previsão de recebimento no almoxarifado em início de fevereiro.

A distribuição dos produtos que a prefeitura tinha em estoque começou no dia 11 e segue de unidade em unidade, devendo ser finalizada até o fim desta semana.

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Farmácia popular é alternativa

- Os usuários que não encontrarem o medicamento necessário nas unidades de saúde ou distritais devem procurar a Farmácia Popular,  que oferece remédios para hipertensão, diabetes, asma, rinite, doença de Parkinson, osteoporose e glaucoma, entre outros.
- Alguns medicamentos são entregues de graça. Outros podem ser vendidos com até 90% de redução de preço. 
- O sistema oferece 112 medicamentos.
- Para ter acesso a eles, basta apresentar receita médica com validade de 120 dias. 
- Para retirar, pode-se ir às unidades físicas da Farmácia Popular, que funcionam em parceria com prefeituras.
- Outra opção é buscar drogarias com a marca "Aqui tem Farmácia Popular", estabelecimentos privados credenciados no programa.

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