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Torneiras secas

Vazamento invisível deixa moradores sem água por 20 dias em Cachoeirinha

Desde o dia 18 sem água, moradores acordam de madrugada para encher baldes como reserva

06/01/2016 - 07h02min

Atualizada em: 06/01/2016 - 07h02min


Jeniffer Gularte
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Carlos Macedo / Agencia RBS
Louça suja se acumula na pia de Cleonice, em Cachoeirinha

Com torneiras praticamente secas e sem a chance de tomar um banho no chuveiro de casa há 20 dias, moradores de ruas do Bairro Marechal Rondon, em Cachoeirinha, estão tendo de fazer malabarismos em sua rotina para driblar a falta de água. A dona de casa Alexandrina Maia, 72 anos, toma banho com balde e lava o cabelo em uma bacia. Para juntar água, só acordando às 5h e enchendo a quantia de baldes que for possível até a torneira voltar a secar - durante a madrugada, um pouco do líquido vem às torneiras.


Vizinha de Alexandrina, a zeladora Luciana Bernardes, 40 anos, também acorda na madrugada para conseguir lavar um pouco da louça da cozinha. Fraca, a água só vem neste horário e sequer chega às torneiras da casa. Ela precisa ir até o pátio fazer a reserva do dia e tentar lavar o que for possível:

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- Aqui sempre faltou água no verão, mas, à noite, voltava, e era suficiente para encher as caixas d'água para usar no dia seguinte. Agora, para lavar louça e tomar banho, estou indo na casa da minha sogra.


Festas fora de casa

Na cozinha da doméstica Cleonice Domingues, 41 anos, as moscas estão rondando a louça que se acumula na pia. Agoniada, não consegue limpar a casa e se desanima de cozinhar só de pensar que, com isso, a pilha de louça suja aumentará.

Ontem, as vizinhas Alexandrina, Luciana e Cleonice, juntas, conseguiram armazenar apenas cinco baldes com a água disponível na madrugada. De acordo com os moradores, o problema se concentra nas Ruas Dinamarca, Nova Dinamarca, Holanda e Espanha. Sem água em casa, elas passaram o Natal e o Ano-Novo na casa de amigos e parentes. 

- Aqui, todos nós passávamos as festas de fim de ano em casa, mas, neste ano, fomos obrigados a sair - diz Luciana.

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As explicações que vieram da Corsan para os moradores, após as reclamações por telefone, são desencontradas: dizem que pode ser cano entupido, vazamento interno ou baixa pressão. Seja qual for o motivo, as torneiras seguem secas e os moradores, impacientes:

- Se viesse água uma hora por dia, e fosse suficiente para encher a caixa d'água, já estava bom - comenta Alexandrina.

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Vazamento ainda não foi encontrado pela Corsan

A Corsan confirmou na tarde de ontem que os problemas de abastecimento se devem à existência de um vazamento invisível no Bairro Marechal Rondon. As equipes estão trabalhando para localizar essa fuga de água para, então, poder consertá-la. Já foram detectados e consertados dois vazamentos, porém o problema persiste. Com isso, é necessário que as buscam prossigam.

Além de não ter detectado o local do vazamento, esta região, segundo a Corsan, tem sofrido com baixa pressão da água durante o dia e aumento da pressão à noite. De forma emergencial, a companhia informou que fará hoje uma interligação de rede para injetar água nesses bairros, o que deve normalizar gradualmente o abastecimento.
Por não ter uma dimensão total do problema, a Corsan não soube informar quantas pessoas são afetadas pela falta d'água no local.

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Dona Alexandrina faz estoque de água na madrugada para usar durante o dia
Foto: Carlos Macedo/Agência RBS

 
Luciana lava a louça na frente de casa
Foto: Carlos Macedo/Agência RBS


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