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Saúde pública

Com ambulância estragada, pacientes são transportados no improviso em Alvorada

Único veículo que transporta pacientes de média complexidade sofreu uma pane elétrica. Para não interromper o serviço, Prefeitura utiliza carros para a remoção de pacientes

12/02/2016 - 10h03min

Atualizada em: 12/02/2016 - 10h03min


Jeniffer Gularte
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<P>Pacientes que fazem hemodiálise, fisioterapia e quimioterapia, ou mesmo em estado terminal, estão sendo transportados de carro em Alvorada desde que a única ambulância usada para remoção de média complexidade estragou. Há dois meses, a Doblò equipada com maca e espaço para acompanhante do paciente está parada no estacionamento da Secretaria Municipal de Saúde da cidade devido a uma pane elétrica que gerou um princípio de incêndio. <BR><BR>Para não interromper a prestação de serviço, a prefeitura está transportando os pacientes em uma perua Spin. Apenas na última quarta-feira, 28 pacientes, das 6h30min às 18h50min, foram levados de suas casas para fazer procedimentos em clínicas, hemocentros e hospitais da Capital. Em um dia, um veículo roda de 120km a 150km, dependendo dos trajetos programados. <BR><BR><NAOIPAD><IMG border=0 src="http://zerohora.clicrbs.com.br/rbs/image/17943209.jpg" width=620 height=412></A>&nbsp;<BR>Doblò está parada no pátio da Secretaria Municipal de Saúde<BR><FONT size=1><STRONG>Fotos: Adriana Franciosi/Agência RBS<BR><BR><NAOIPAD><IMG border=0 src="http://zerohora.clicrbs.com.br/rbs/image/17943210.jpg" width=620 height=412></A>&nbsp;<BR></STRONG></FONT><BR></NAOIPAD>A medida prejudica pacientes como Maria Pires, 80 anos - acamada há oito anos - que está sendo removida sentada até a clínica onde faz hemodiálise. Três vezes por semana, ela é levada do Bairro Sumaré, onde mora, até a Clinica Rim, no Bairro Três Figueiras, para fazer o procedimento.<BR><BR>Além de desconfortável, a filha, a dona de casa Glaci Pires, 55 anos, conta que o deslocamento se torna ainda mais delicado porque a mãe pesa apenas 40kg e tem um cateter abaixo da axila: <BR><BR>- Tudo tem que ser com muito cuidado, porque qualquer movimento fica mais dificultoso, pois ela não tem mais flexibilidade. Nas primeiras vezes, ela acabou machucando a canela. É um desgaste pra nós.<BR><BR>E qualquer machucado já vira um transtorno a mais para dona Maria. Como é diabética, uma simples abertura da pele que sangra, custa a cicatrizar e pode se tornar em um grave ferimento, com chances de infecção.<BR><BR>Leia mais:<BR><A class=link-corpo href="http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/noticia/2016/01/mp-investiga-clinica-apos-13-pessoas-perderem-a-visao-de-um-olho-4952753.html" target=_blank><STRONG>MP investiga clínica após 13 pessoas perderem a visão de um olho</STRONG></A><BR><A class=link-corpo href="http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/dia-a-dia/noticia/2016/02/restaurante-onde-foram-encontrados-gambas-na-cozinha-e-interditado-na-lagoa-da-conceicao-4972778.html" target=_blank><STRONG>Restaurante onde foram encontrados gambás na cozinha é interditado na Lagoa da Conceição</STRONG></A><BR><BR><STRONG>Para Simers, é um desrespeito com o paciente</STRONG><BR><BR>Pacientes como dona Maria não poderiam andar sentados, justamente pela dificuldade de firmarem o tronco devido a problemas motores. O presidente do Simers, Paulo de Argollo Mendes, afirma que o médico é quem orienta como cada pessoa deve ser transportada nestes casos. Para os acamados, porém, a ambulância com maca é fundamental.<BR><BR>-&nbsp;A pessoa precisa ser transportada deitada, com o conforto, respeito e dignidade que merece. Não pode ser amontoada como um pacote dentro de qualquer veículo. Isso é um desrespeito da prefeitura com o cidadão&nbsp;- avalia.<BR><BR>Além do desconforto, é um risco adicional transportar o paciente que já tem graves problemas de saúde fora de uma ambulância. Para idosos que são acamados, Paulo lembra que os riscos de fraturas e de demora para consolidá-las é muito maior devido à osteoporose.<BR><BR>-&nbsp;Para ser retirada da cama, ela deve ser mobilizada com muito cuidado, o ideal é que se faça com um lençol junto, onde nem é preciso tocar na pessoa. Uma ambulância simples, sem muito requinte, já proporciona condições pra isso. <BR><BR><A class=link-corpo href="http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/dia-a-dia/ultimas-noticias/" target=_blank><STRONG>Leia mais notícias do dia<BR></STRONG><BR></A><STRONG>"Não tem como pegar o paciente sozinho"<BR></STRONG><BR>Funcionários da Secretaria Municipal da Saúde denunciam que a Doblò estragada também não já oferecia mais segurança aos pacientes. Como a maca original estragou, a que foi reposta tem dificuldade de se encaixar no veículo. A trava tem problemas, e quem tem mais de 1,80m precisa se encolher, senão a porta não fecha. <BR>Há motoristas que se negam a levar pacientes acamados em carros e lamentam a falta de previsão para o conserto do único veículo:<BR><BR>- Não temos como pegar o paciente sozinho, e se ele vai deitado atrás (de um carro) não tem como colocar cinto de segurança, porque muitos sequer conseguem ficar sentados. Eu só levo pacientes que caminham, senão o risco é muito grande. Já teve épocas que tínhamos três ambulâncias para trabalhar&nbsp;- afirma um funcionário que preferiu não se identificar. <BR><BR>No pátio da secretaria, há outros três veículos inutilizados. Uma Fiat Ducato, que faz o transporte de crianças cadeirantes, está parada há quatro meses devido a danos em um acidente de trânsito. Como a secretaria alega que não teve culpa no acidente, cobra na Justiça o valor do conserto da outra pessoa envolvida no acidente. O mesmo caso, ocorre com uma Sandero de 2014, além de mais um Clio, parado por problemas mecânicos. Todos estes veículos não têm precisão de conserto.&nbsp; <BR><BR><NAOIPAD><IMG border=0 src="http://zerohora.clicrbs.com.br/rbs/image/17943212.jpg" width=620 height=412></A>&nbsp;<BR>Fiat Ducato parada há quatro meses devido a uma colisão de trânsito<BR></NAOIPAD><BR><STRONG>"Burocracia torna tudo mais demorado"</STRONG><BR><BR>O secretário de Saúde de Alvorada, Paulo Manenti, afirma que atualmente três Spins e três Sanderos da prefeitura fazem o transporte dos pacientes. Segundo ele, as novas peças da ambulância Doblò já foram compradas e, assim que chegarem, serão trocadas pelos mecânicos da Secretaria de Obras. A ambulância teve problemas no tanque do combustível e na tubulação. A previsão é de que o veículo esteja disponível para uso até o final do mês. Serão gastos cerca de R$ 5 mil nas peças.&nbsp; <BR><BR>- Precisamos fazer três orçamentos para a compra das peças e depois empenhar o recurso para usar no mês seguinte. A burocracia torna tudo mais demorado&nbsp;- justifica. <BR><BR>O secretário, porém, disse que para os pacientes em que houver recomendação médica de que o transporte seja feito por maca, serão locadas ambulâncias para fazer o deslocamento. <BR><BR>Para evitar que tantos veículos se acumulem no estacionamento da secretaria, Paulo prometeu que irá estudar a possibilidade de contratação, via licitação, de uma oficina para fazer a manutenção regular dos veículos, o que atualmente não acontece. <BR><BR><A class=link-corpo href="http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/ultimas-noticias/tag/alvorada/" target=_blank><STRONG>Leia mais notícias de Alvorada</STRONG></A></P>
<P><STRONG>Veículos velhos à espera de leilão</STRONG><BR><BR>Enquanto a única ambulância para remoção de pacientes está estragada, sete veículos inutilizados doados pelo Estado à prefeitura estão há mais de um ano nos fundos do pátio da Unidade de Referência do 1º Distrito (Pam 8), à espera do leilão de suas peças. São quatro ambulâncias do Samu, uma Fiat Ducato, um Fiat Uno e uma Besta com 16 lugares que teriam o conserto mais caro que a compra de um veículo novo e, por isso, tem suas peças colocadas a leilão.<BR><BR><NAOIPAD><IMG border=0 src="http://zerohora.clicrbs.com.br/rbs/image/17943215.jpg" width=620 height=412></A>&nbsp;<BR><BR></NAOIPAD>Como a doação ainda não está oficializada, a prefeitura não tem previsão de quando poderá contratar uma empresa para fazer o leilão. Com a venda de peças, o secretário Paulo Manenti acredita que será possível obter pelo menos R$ 40 mil, recurso que, segundo ele, poderá aplicado na manutenção dos veículos.&nbsp;&nbsp; <BR><BR><A class=link-corpo href="https://www.facebook.com/diariogaucho?fref=ts" target=_blank><STRONG>Curta nossa página no Facebook</STRONG></A><BR><BR><IMG border=0 alt="" src="http://zerohora.clicrbs.com.br/rbs/image/17346021.jpg" width=640></P>

Adriana Franciosi / Agencia RBS
Acamada há oito anos, Maria Pires, 80 anos, vai e volta da hemodiálise em uma perua Spin

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