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Cunha diz ter "total" condição de presidir a Câmara mesmo se virar réu em processo da Lava-Jato

Denúncia contra ele deve ser feita na quarta-feira da próxima semana

25/02/2016 - 18h18min

Atualizada em: 25/02/2016 - 18h19min


Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta quinta-feira que vai permanecer no comando da Casa mesmo que o Supremo Tribunal Federal (STF) receba a denúncia contra ele na Operação Lava-Jato, na quarta-feira da próxima semana. Questionado se ainda teria condições de presidir a Câmara se virar réu, respondeu com apenas uma palavra: "total".

Cunha negou que o recebimento da denúncia o enfraqueça politicamente na Casa e lembrou já ter sido réu em outra ação.

– Já aconteceu comigo de eu ter sido declarado réu e depois fui absolvido por unanimidade – afirmou o parlamentar.

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O presidente da Casa foi denunciado pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot, por suspeita de receber ao menos US$ 5 milhões em propinas referentes a dois contratos de afretamento de navios-sonda da Petrobras em 2006 e 2007 pela diretoria Internacional da estatal – cota do PMDB no esquema. O peemedebista é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.

Além disso, Cunha já teve bloqueados pelo Supremo cerca de R$ 9,6 milhões (2,4 milhões de francos suíços) mantidos em contas não declaradas por ele na Suíça. A medida faz parte de outra investigação contra Cunha, sua esposa e sua filha a partir de informações encaminhadas pelo Ministério Público da Suíça sobre as contas mantidas por ele e seus familiares no exterior.

Documentos enviados pelo Ministério Público da Suíça ao Brasil comprovam que um negócio de US$ 34,5 milhões fechado pela Petrobras em 2011, no Benin, na África, serviu para irrigar as quatro contas no país europeu que têm como beneficiários Cunha, e sua mulher, Cláudia Cordeiro Cruz. O dinheiro destas contas ainda foi utilizado para o pagamento de despesas pessoas da família de Cunha, como revelou a documentação encaminhada pela Suíça.

A polêmica envolvendo o dinheiro no exterior também deu origem a um processo de cassação contra o peemedebista que se arrasta desde o ano passado no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

Cunha é acusado de quebra de decoro ao afirmar na CPI da Petrobras que não possuía contas na Suíça. Após várias manobras de seus aliados, contudo, o processo que pode levar à cassação do peemedebista ainda não saiu da estaca zero.

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