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Economia infantil

Menina compra material escolar com dinheiro que juntou no cofrinho durante quatro anos

Aos seis anos, Lívia Pereira, de Porto Alegre, fez a primeira compra da vida com o dinheiro que economizou durante quatro anos

22/02/2016 - 09h02min

Atualizada em: 22/02/2016 - 09h02min


  

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Mateus Bruxel / Agencia RBS
Lívia, com os pais André e Poliana, comprou os materais com o dinheiro da sua economia

Numa garrafa pet colorida com têmpera, Lívia Pereira, seis anos, do Jardim Ypu, em Porto Alegre, guardou durante quatro anos o desejo de fazer a primeira compra com o próprio dinheiro.

O cofre improvisado, idealizado pelos pais da menina, a técnica em nutrição Poliana Santana, 38 anos, e o técnico em análises clínicas André Pereira, 44 anos, foi montado com a ajuda da filha, quando ela tinha dois anos.

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Na semana passada, as moedinhas guardadas por Lívia durante todo este período tiveram um destino: serviram para comprar o material escolar da pequena, que ingressará hoje na primeira série, na Escola Kinder Land. 

- Começamos como uma brincadeira, dizendo que eram moedinhas de ouro e que ali tinha um tesouro. Mas sempre com a ideia de motivá-la sobre a importância de economizar. Em determinado momento, ela começou a entender o motivo de guardar as moedas - relata a mãe.


Aos quatro anos, Lívia ofereceu o montante que tinha para ajudar os pais na compra do apartamento da família. Mesmo orgulhosos pela atitude da filha, os pais negaram a oferta. 

- Ressaltamos que o dinheiro seria para comprar algo muito importante para o futuro dela. E a Lívia continuou guardando para o momento que achasse "certo" - recorda, faceiro o pai.

Segundo o educador financeiro e especialista em Mercado de Capitais Adriano Severo Madeira, a partir dos quatro anos é possível começar a ensinar as crianças sobre finanças. Mas ele alerta que mais importante que a quantia a ser dada é transmitir qual o significado do valor do dinheiro. 

- Não adianta dar mesada e dar tudo o que pedirem. As crianças e jovens têm que entender o quanto precisam economizar, em tempo e em dinheiro, para conseguir o que desejam - explica.

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A sensação da loja

Mesmo serelepe, como qualquer criança da idade dela, Lívia soube esperar. Até que, no início deste ano, quando foi matriculada na primeira série do ensino fundamental, ela lembrou do cofrinho.

- Disse para a mãe "vamos usas as moedinhas da garrafa". Mas pedi para eu escolher e comprar - conta a menina.

Juntos, filha e pais cortaram a garrafa e contaram moeda por moeda. Lívia guardou R$ 280. O dinheiro foi colocado num cofre de lata até o dia da compra.

Faceira ao lado de Poliana e André, Lívia demonstrou tranquilidade na hora de escolher os materiais exigidos pela escola. Com os personagens favoritos na ponta da língua, ela escolheu a cola da Barbie, a tesoura da Marie, cadernos e mochila. Antes, perguntava se o preço estava bom para o bolso dos pais.

No total, Lívia gastou R$ 256,42. E fez questão de ir até o caixa com a lata cheia de moedas. Se tornou a sensação na loja, quando outros pais perguntavam o motivo de ela estar pagando a compra.

Entusiasmada com a primeira experiência de comprar com o próprio dinheiro, Lívia já planeja o que fazer com as próximas moedas que pretende economizar no novo "porquinho".

- Vou juntar para fazer uma festa bem grande no meu aniversário de dez anos - revela, animada, a pequena.

 
Fotos: Mateus Bruxel/Agência RBS

 


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