Seu problema é nosso
Mulher de Viamão apelou à Justiça para fazer cirurgia pelo SUS
Rosângela tem um problema no quadril e vive à base de remédios para aguentar a dor
Quando soube que teria direito a fazer uma cirurgia de prótese no quadril pelo SUS, a moradora de Viamão Rosângela de Fátima Santos da Motta, 54 anos, viu enfim a possibilidade de voltar a caminhar sem dores. No entanto, mesmo após entrar na Justiça, há um ano, ela aguarda que o procedimento seja marcado.
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– Meu médico me disse que não tem mais o que fazer, apenas a prótese pode me ajudar. Eu caminho me arrastando e agora nem muletas eu posso usar, pois estou com tendinite – lamenta Rosângela, que para realizar as tarefas básicas conta com a ajuda das netas de sete e oito anos.
Rosângela trabalhava como diarista quando descobriu que estava sofrendo de osteoastrose coxofemural no quadril, uma doença degenerativa que reduz os movimentos e provoca fortes dores. Parou de trabalhar e, desde então, espera na fila do SUS.
No começo do ano passado, foi encaminhada pela Secretaria da Saúde de Viamão para o Hospital da Ulbra, em Canoas, onde a acreditava que seria atendida.
– Achei que estavam me encaminhando para fazer a cirurgia, mas quando cheguei lá, me informaram que eu iria frequentar um grupo de tratamento para a cirurgia de quadril e depois entraria na fila pela cirurgia novamente –conta.
Espera
Ao recorrer à Defensoria Pública, Rosângela descobriu que para que seu caso fosse solucionado, teria de fazer três orçamentos para que fosse escolhido o de menor valor a ser pago pelo sistema público. Em novembro, após entregar a papelada, soube que poderia fazer o procedimento no Hospital Beneficência Portuguesa e, desde então, espera ser chamada.
– No hospital me disseram que a prótese já estaria até comprada, e que estariam esperando que a Justiça faça o depósito do dinheiro na conta do médico – afirma.
Dores
Em janeiro, Rosângela recebeu uma ligação da Secretaria da Saúde da cidade. Ao telefone, perguntaram como estava sendo sua recuperação pós-cirúrgica.
– Quando ouvi isso, eu chorei e ri ao mesmo tempo. Eles só podem estar brincando comigo. Estou aqui sofrendo e com dor e ainda tenho que passar por esse tipo de situação – critica.
De volta à Defensoria Pública, ela foi orientada a assinar uma declaração para confirmar que ainda está aguardando pelo procedimento.
Enquanto espera, Rosângela vive à base de analgésicos para tentar aliviar as fortes dores.
– Eu tomo de quatro a cinco comprimidos por dia, mas ultimamente nem isso tem ajudado. E o pior é que nem fisioterapia eu posso fazer – queixa-se a dona de casa.
Processo tramita na Justiça
A Defensoria Pública informou que o processo de Rosângela ainda não tem sentença. Em dezembro de 2015, Estado e Município foram intimados a prestar esclarecimentos sobre o andamento do pedido de urgência para a cirurgia no quadril.
Porém, embora Rosângela tenha direito a trâmite preferencial, é preciso respeitar os prazos estabelecidos para a manifestação das partes envolvidas no processo judicial.
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