Notícias



Economia

Pirelli confirma demissão de 70 funcionários na fábrica de Gravataí 

Justificativas da empresa, em nota, são o "cenário econômico nacional" e "o andamento negativo do setor automotivo"

10/02/2016 - 21h37min

Atualizada em: 10/02/2016 - 21h38min


Karina Sgarbi / Especial

Até o final desta semana, 70 pessoas que trabalham na fábrica da Pirelli na cidade de Gravataí, na Região Metropolitana, serão desligadas da empresa. O anúncio foi feito em nota nesta quarta-feira, tendo como justificativa o "cenário econômico nacional" e "o andamento negativo do setor automotivo". O comunicado também afirmou que as demissões visam "adequar o nível de produção de pneus à demanda atual do mercado".

Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Borracha em Gravataí, Moacir Bitencourt, a empresa tem atualmente 2,5 mil funcionários. Ele também destacou que a entidade não foi notificada, até o final da tarde desta quarta-feira, sobre os desligamentos.

Leia mais
Vidas em layoff: a rotina suspensa pela crise econômica
Complexo da GM em Gravataí para produção por 18 dias em fevereiro

De acordo com estimativas do sindicato, em 2015 a empresa despediu aproximadamente 120 pessoas, e em 2014, foram cerca de 160 demissões. Segundo Bitencourt, a entidade suspeita de uma manobra para reduzir o custo da mão de obra, pois há a informação de que contratações também estão sendo feitas pela empresa.

– Acreditamos que eles possam estar substituindo funcionários mais antigos, com salários mais altos, por pessoas novas que recebam menos. Estamos monitorando as contratações, mas temos a informação, vinda de associados que trabalham lá, que isso está ocorrendo.

Caso a suspeita se confirme, o sindicato irá buscar judicialmente uma forma de anular as demissões, por entender que seria uma manobra ilegal. Além disso, também vai contatar a Pirelli para fazer negociações em benefício das pessoas que serão demitidas.

A empresa não forneceu informações sobre a atual estrutura ou setores que podem ser afetados pelos desligamentos. Também não confirmou a suposta manobra para redução de salários apontada pelo sindicato, nem que novas contratações estão ocorrendo.

Em 2015, a Pirelli havia feito layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho) para cerca de 1,5 mil trabalhadores em todo o Brasil, também alegando dificuldades frente ao cenário econômico do país. A General Motors (GM), também localizada em Gravataí, está usando a mesma tática. Mais de 800 trabalhadores do terceiro turno da empresa estão em layoff desde o início de dezembro do ano passado, medida prevista para vigorar até abril. E a partir desta quinta-feira, até o dia 28, a fábrica estará em férias coletivas, com previsão de retorno no dia 29 deste mês. Todo o complexo, incluindo sistemistas, tem cerca de 8 mil funcionários.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias