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Prefeitura ordena que donos de desmanches desocupem terrenos

Comércios ilegais, um deles em terreno da prefeitura, foram alvo de fiscalização da Secretaria da Segurança Pública. Peças com sinais de adulteração foram localizadas e os proprietários, presos 

25/02/2016 - 19h53min

Atualizada em: 25/02/2016 - 20h44min


Carlos Rollsing
Carlos Rollsing
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Na segunda operação da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) contra desmanches na Avenida Sertório em menos de 10 dias, a prefeitura de Porto Alegre começa a dar os primeiros passos para desocupar cinco terrenos públicos alugados por ferros-velhos ilegais. Após reportagem de Zero Hora mostrar, no último fim de semana, que os estabelecimentos vendiam autopeças ilegais, a prefeitura começou a notificar os proprietários da rescisão dos contratos de locação.

Nesta quinta-feira, 73 agentes da Polícia Civil, Brigada Militar (BM), Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e Instituto-Geral de Perícias (IGP) foram na zona norte de Porto Alegre e encontraram peças com sinais de adulteração na Morí Car e na Ana Auto Peças. Na primeira iniciativa, na semana passada, produtos de carros roubados foram descobertos na Barão Imports. As três lojas acabaram fechadas e os proprietários, presos.

Pela presença de equipamentos irregulares, duas pessoas foram detidas: os donos da Morí Car e da Ana Auto Peças. Nenhuma das duas lojas era credenciada no Detran, exigência da nova lei para a liberação de funcionamento de comércio deste gênero. Ambas foram lacradas, com as peças recolhidas e encaminhadas para trituração.

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A Morí Car é uma das cinco lojas clandestinas que atuam em terrenos públicos, alugados pela prefeitura de Porto Alegre por valores abaixo dos de mercado.

A Secretaria Municipal de Produção, Indústria e Comércio (Smic) acompanhou a ação e, no ato, notificou os proprietários do estabelecimento para desocupação imediata do imóvel. O mesmo já ocorreu com a Barão Imports, outra inquilina da prefeitura. As revogações dos contratos de cedência dos dois terrenos devem ser publicadas até a próxima semana no Diário Oficial do Município.

– Só faltam alguns trâmites internos – garante Eroni Numer, secretário da Fazenda em exercício.

Os outros três ferros-velhos ilegais que ocupam áreas municipais são o Lata Car, o CLP e o Vip – este último em processo de anulação da locação por inadimplência.

– Sobre o CLP e o Lata Car, fomos notificá-los hoje (quinta), mas as lojas estavam fechadas. Estamos convocando eles para virem até a Fazenda receber o documento. No caso deles, quando não há uma questão policial (localização de peças com sinais de adulteração ou roubadas), temos de notificar e dar prazo de 60 dias para desocupação – detalha Numer.

A promessa da prefeitura é de fechar todos os estabelecimentos ilegais que atuam nos seus terrenos.

Falta de quórum cancela sabatina na Câmara

Ainda nesta quinta-feira, Numer foi à Câmara de Vereadores responder a questionamentos dos parlamentares sobre a situação. Mas os esclarecimentos acabaram não sendo prestados porque, quando ele chegou, os vereadores retiraram o quórum, e a sessão foi suspensa.

– Por que a base do governo retirou o quórum? Quem a prefeitura tenta blindar? Agentes públicos foram coniventes com a liberação de espaços públicos para atividades criminosas – critica o vereador Alex Fraga (PSOL), que tenta recolher as assinaturas necessárias para a criação de uma CPI.

A legislação

– O governo de José Ivo Sartori aposta no combate aos desmanches ilegais para frear o roubo de veículos, crime que mais cresce no Estado e que é acelerado pelo comércio de peças usadas e de origem criminosa.

– Pela nova legislação, qualquer peça que estiver em desmanches sem comprovante de procedência será considerada ilegal e recolhida para trituração.

– São considerados legais somente os desmanches cadastrados no Detran. Eles precisam se interligar a um sistema de rastreamento de peças usadas, que, ao serem vendidas, devem estar identificadas com um código de barras.

* Colaborou Jaqueline Sordi


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