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Guerra ao mosquito

"Vamos visitar todos os domicílios do Brasil até o início de março", promete secretário de Atenção à Saude

Durante ação em São Leopoldo, Alberto Beltrame falou sobre os próximos passos na luta contra o mosquito

13/02/2016 - 19h01min

Atualizada em: 13/02/2016 - 19h01min


Paula Minozzo
Paula Minozzo
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Félix Zucco / Agencia RBS

Em São Leopoldo, o secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame, participou neste sábado do Dia Nacional de Mobilização para o Combate ao Aedes aegypti. O pediatra formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul acompanhou as visitas às casas em um bairro da cidade nesta manhã.

Beltrame fala sobre o objetivo da campanha e diz que o objetivo é visitar todos os domicílios até o início de março para reduzir o número de focos do mosquito.

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Confira a entrevista:

A ação hoje será uma grande mobilização com objetivo de conscientizar a população, mas há um planejamento efetivo de um combate ao Aedes? 

É uma tarefa que não começa hoje e também não termina hoje. Hoje é um dia simbólico, uma grande convocação da presidenta Dilma para todo o país. A ideia é fazer uma grande mobilização, visitar as casas, bater de porta em porta e explicar como eliminar o mosquito, evitar criadouros e proteger o local com telas e mosquiteiros. O grande mote da campanha é de esclarecimento e conscientização da comunidade para essa tarefa que é diária. Essa ação não se encerra hoje, é uma tarefa que vai se estender durante ao longo do ano inteiro, especialmente, nos Estados que têm um clima mais quente que aqui. Sabe-se que no inverno há uma redução da população de mosquitos. É uma demonstração de unidade nacional de combate ao mosquito.

Quais seriam os próximos passos?

Hoje é um dia de mobilização e de informação para que ela própria possa cuida do seu quintal. A ideia central é de que em 10 ou 15 minutos por semana cada cidadão pode cuidar da sua casa. Dois terços dos criadouros do Aedes aegypti estão dentro dos domicílios. É um mosquito que está muito adaptado à vida urbana. Então, essa é uma atividade de orientação. Do dia 15 ao dia 18 teremos atividades de combate direto contra o mosquito com a colocação de larvicidas, em grandes reservatórios d’água, usos de inseticida, se for o caso. Os soldados foram treinados para o uso de inseticida e de larvicidas e estão aptos junto aos agentes de endemia. Vão ser concentradas em 115 cidades prioritárias, ou seja, as capitais e aquelas que têm mais de 50 mil habitantes que têm 100 ou mais casos de dengue a cada 100 mil habitantes.

No Rio Grande do Sul, quais seriam as cidades prioritárias?

Algumas cidades na Região Metropolitana, como Gravataí e Viamão. Também há na região Noroeste, como em Santa Rosa. Na fronteira Sul também. Acredito que há cerca de 10 cidades prioritárias aqui no Estado. O Rio Grande do Sul tem poucos casos de dengue, foi há pouco que registrou casos autóctones (contraídos no local), mas é uma vigilância que tem de ser feita em todo o território nacional.

E há uma meta específica com essas ações?

A nossa meta é visitar todos os domicílios do Brasil até o final deste mês e início de março. Mas claro, vamos focar nossa ação onde tem há maior infestação do mosquito, mas vamos estar presente em todos. A ideia é reduzir a infestação de mosquito, diminuindo os criadouros.

A chegada do zika não demonstra um descaso do Brasil em eliminar a dengue e do mosquito Aedes aegypti?

O Brasil convive com o Aedes aegypti há muitos anos, desde o final do século 19. Temos períodos de maior e menor intensidade. Eu diria que nós temos problemas estruturais importantes no país, de saneamento básico, e um crescimento desordenado das cidades. O Brasil tem feito campanhas periódicas de combate ao mosquito. Neste momento está se intensificando as ações, sim. Tanto é que se tornou uma situação de emergência internacional declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Eu acredito que foi uma ação tempestiva, tivemos o primeiro caso de zika, no final de abril do ano passado, e já se começou a campanha naquele momento de eliminação, mas agora com uma motivação a mais, com o intuito de proteger as nossas crianças, as gestantes e as mulheres em idade fértil.

E as crianças com microcefalia? Espera-se um aumento no número de casos nas próximas semanas?

O nosso objetivo é identificar e fazer o diagnóstico. As crianças que são suspeitas devem ser encaminhadas imediatamente para a estimulação precoce, independente da confirmação do diagnóstico. A criança que tenha 32cm ou menos de perímetro encefálico vai ser encaminhada para uma unidade para fazer estimulação precoce. Esperamos a redução no número de casos, esperamos que essas mobilizações diminuam o número de mosquitos e o número de casos de zika, dengue e chikungunya.

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