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Saúde

Zika pode provocar alteração neurológica até a idade escolar, acreditam médicos 

Especialistas afirmam que crianças de mulheres que tiveram suspeita ou confirmação de zika durante a gestação devem ter seus filhos monitorados

15/02/2016 - 08h25min

Atualizada em: 07/03/2016 - 18h15min


Estadão Conteúdo
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Microcefalia e graves problemas oculares podem não ser as únicas consequências do zika vírus em crianças infectadas na barriga da mãe. Com o avanço de casos no Brasil, especialistas passaram a afirmar que, no futuro, outros prejuízos neurológicos, como atraso intelectual ou perda auditiva, poderão ser associados à infecção e detectados somente no início da vida escolar.

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O diagnóstico, no entanto, só poderá ser feito com propriedade se os bebês nascidos de meados do ano passado para cá, quando teve início a epidemia no País, receberem acompanhamento médico rotineiro. Especialistas afirmam que todas as crianças de mulheres que tiveram suspeita ou confirmação de zika durante a gestação devem ter seus filhos monitorados, independentemente de quadros associados de microcefalia.

– Isso é essencial, porque algumas alterações neurológicas podem ser detectadas futuramente apenas, como dificuldades de leitura e de aprendizado. Dar assistência às mulheres infectadas não quer dizer acompanhá-las até o parto, mas até que seus filhos cheguem à escola – diz o infectologista Jean Gorinchteyn, do Instituto Emílio Ribas.

O que já se sabe sobre o zika vírus e o que ainda é dúvida

A expectativa de que outros problemas de saúde possam ser relacionados ao zika vírus no futuro é explicada pela sua "semelhança" com algumas doenças também perigosas para gestantes, como a rubéola, a toxoplasmose e a citomegalovirose. Todas podem provocar desde quadros de microcefalia a perda progressiva da visão, surdez e diferentes graus de atraso intelectual.

– Você pode apostar que vamos ter milhares de crianças com perímetro encefálico normal e que vão ter manifestações de atraso relacionadas ao zika, caso se confirme que o vírus segue mesmo o padrão dessas outras infecções. A criança pode não conseguir aprender a ler, por exemplo. E o quadro inicialmente ser de dislexia, de déficit de atenção – diz o médico geneticista da Apae-SP, Theoharis Efcarpidis.

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Até o surgimento do zika, rubéola e toxoplasmose eram as doenças mais temidas por grávidas, apesar de mais facilmente controladas. A primeira tem vacina e a segunda pode ser evitada com hábitos simples, como ingerir alimentos bem cozidos.



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