Impasse continua
Prefeitura de Porto Alegre vai entrar na Justiça para tentar normalizar entrega de remédios em postos de saúde
Orientada pelo Ministério Público, Secretaria Municipal de Saúde vai pedir suspensão da exigência que proíbe dispensação de remédio em 141 postos de saúde
Após mais uma reunião sem acordo nesta sexta-feira - dessa vez com o Ministério Público -, a prefeitura de Porto Alegre vai ingressar com ação judicial contra a decisão do Conselho Regional de Enfermagem (Coren). Desde segunda-feira, por determinação do Coren, enfermeiros estão proibidos de dispensar remédios nas farmácias dos 141 postos de saúde da Capital. Com isso, a população precisa ir até as dez farmácias distritais. A decisão está baseada em uma lei federal que define que apenas farmacêuticos podem dispensar remédios.
O encontro no MP reuniu o secretário de Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, e o presidente do Coren, Daniel Menezes, em busca de uma solução para o impasse. Na quarta-feira, eles já haviam se reunido sem chegar a uma decisão. O Coren não aceitou a proposta de suspender imediata da decisão, feita pela prefeitura.
- Mais uma vez o sistema de saúde foi atacado. Está claro que é uma defesa de classe sem se importar com o sistema - reclama Fernando Ritter.
Impasse
A promotora de Direitos Humanos do Ministério Público, Gisele Monteiro, afirma que o MP propôs 120 dias de suspensão da decisão para que seja formado um grupo de trabalho com o objetivo de discutir os riscos que os enfermeiros estariam correndo dispensando os remédios. A proposta também não foi aceita pelo Coren, dando sequência ao impasse.
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- O MP veio com um meio-termo, mas faltou bom senso. A situação de vulnerabilidade da população é maior que o prejuízo que eventualmente os enfermeiros estão tendo ao dispensar medicamentos. A população está mais prejudicada que a categoria nesse momento - avalia a promotora.
Devido à falta de acordo, foi o próprio MP que recomendou que a prefeitura entrasse na Justiça.
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À frente do Coren, Daniel expôs que não poderia revogar da decisão sozinho sem consultar os demais 13 conselheiros que formam a plenária do órgão. Ele, porém, ofereceu a possibilidade de convocar uma sessão extraordinária em até 72 horas para discutir a derrubada ou não da exigência. A proposta, segundo ele, não foi aceita pelo MP e pela prefeitura.
- Concretamente, mais uma vez, não foram apresentadas propostas. Somos favoráveis a chegar a um entendimento - afirma Daniel.
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