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"Humilhada e envergonhada"

Repórter de TV ganha R$ 200 milhões na Justiça por ter sido filmada nua em hotel

Erin Andrews, 37 anos, processou o homem que gravou o vídeo e as empresas donas do hotel em que estava hospedada

09/03/2016 - 16h55min

Atualizada em: 09/03/2016 - 16h56min


Em tempos de discussão sobre privacidade e vazamento de "nudes" a todo instante, uma importante decisão foi tomada por um tribunal, nos Estados Unidos, nessa segunda-feira. A repórter norte-americana Erin Andrews, 37 anos, receberá a singela quantia de 55 milhões de dólares – o equivalente a cerca de R$ 203 milhões – por ter sido exposta a partir de uma gravação em que ela aparece totalmente nua em um quarto de hotel.

Erin é famosa nos Estados Unidos. Hoje repórter esportiva da Fox Sports norte-americana e apresentadora do programa Dancing With The Stars, da emissora CTV, ela viveu um drama a parte em 2008. Ainda na ESPN, a jornalista estava hospedada no Nashville Marriott, um hotel na capital de Tennessee, para cobrir um evento esportivo, quando foi filmada (sem saber) pelo olho mágico da porta do quarto por Michael David Barrett, um ex-executivo de seguradora.

De acordo com o portal da emissora britânica BBC, o homem havia invertido o lado do olho mágico daquele quarto – o que possibilitou as imagens e a gravação de "nudes" da repórter. Barrett confessou o crime e contou que fez o vídeo por dinheiro. Inicialmente, tentou vender ao famoso portal de entretenimento TMZ, que se recusou a pagar pelo conteúdo, mas, em seguida, ele negociou as imagens com outros portais. A repercussão foi enorme e a vida de Erin Andrews não foi mais a mesma.

– Todo mundo dizia que eu estava fazendo aquilo para ganhar fama e atenção e aquilo acabou comigo – disse, chorando, no tribunal. – Me senti envergonhada, humilhada, mortificada por causa do vídeo – acrescentou, aos prantos.

O júri repartiu a culpa (e a indenização). O autor do vídeo terá de pagar 51% dos mais de R$ 200 milhões. Já as empresas responsáveis pelo hotel dividirão a conta dos outros 49%.

Quem conhece a jornalista garante que ela ficou ansiosa e depressiva após a divulgação do vídeo. Erin contou ao júri que passou a tomar cuidados excessivos e se tornou neurótica em relação a possíveis câmeras escondidas. Nos hotéis, procurava em aparelhos de ar-condicionado e exigia mudar de quarto de vez em quando, com medo de ser filmada.

Após a divulgação do veredito, Erin agradeceu à Corte, ao júri, aos advogados e à família, nas redes sociais:

– Fiquei honrada pelo apoio de vítimas por todo o mundo. Eles me ajudaram a me manifestar e responsabilizar aqueles que tem como trabalho proteger a segurança e privacidade das pessoas – disse ela.

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* Diário Gaúcho


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