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Seu problema é nosso

Mãe de menino com Síndrome de Down luta por atendimento médico e educação especial para o filho, em Estância Velha

Matheus tem 17 anos e ainda não foi alfabetizado por falta de estímulo

28/04/2016 - 08h21min

Atualizada em: 28/04/2016 - 08h22min


Ana Marlise Gomes, 57 anos, mãe do garoto Matheus Gomes dos Santos, 17 anos, portador de Síndrome de Down, define em uma frase a luta para conseguir atendimento especial em educação e saúde para o filho:

– É muito difícil.

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Eles moram no Bairro Lago Azul, em Estância Velha, no Vale do Sinos.

Matheus tem uma inflamação nos pés e, há mais de um ano, aguarda chamado para fazer fisioterapia pelo Sistema Único de Saúde (Sus). Acompanhado no posto de saúde Bela Vista, ele teve o pedido feito pelo médico em caráter de urgência, mas nem isso foi suficiente para que o atendimento acontecesse logo.

– Ele reclama muito de dor, me corta o coração ver essa situação e não poder fazer nada. Inclusive, já me ligaram da escola pedindo para buscá-lo porque ele não estava aguentando o sofrimento nos pés – relata Ana.

Educação

Além das questões de saúde física, Matheus também precisa de atendimento fonoaudiológico, psicopedagógico e de um auxiliar de inclusão diário para acompanhá-lo na escola. Ele está no segundo ano do Ensino Médio no Colégio Oito de Setembro e ainda não está alfabetizado.

A mãe do jovem conta que uma pedagoga do Estado vai a cada 15 dias fazer avaliações de duas horas com Matheus, mas que não existe um auxílio diário.

– Ele é um guri muito dedicado e adora ir à escola. Vários professores já disseram que ele tem muito potencial, o problema é que não tem ninguém qualificado para ensiná-lo de forma especial, já que ele não acompanha o ritmo dos outros colegas – diz a mãe.

Sem atividades

Para Ana, a inclusão acontece apenas na teoria, pois, segundo ela, não é incomum Matheus ficar sem atividade na escola. Ele não recebe tarefas que estimulem seu aprendizado.

– Quando ele estudava na rede municipal era muito bom. Tinha até sala pedagógica. Agora, no colégio do Estado, parece que só o aceitaram para preencher a cota de alunos com alguma deficiência, pois não dão atenção alguma para ele – diz a mãe.

Prefeitura promete que vai chamar para a fisioterapia

A prefeitura de Estância Velha confirmou que Matheus está aguardando fisioterapia desde o dia 22 de dezembro de 2015, conforme informação repassada pela Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA).

Informou também que, em função da alta demanda de pacientes a serem atendidos, ele está na lista de espera e deverá ser chamado nas próximas semanas.

Professor especialista

A 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) de São Leopoldo informou que Matheus estuda na rede estadual de ensino desde 2015, e que o Colégio Oito de Setembro avançou no ensino de alunos especiais com a instalação de uma sala de recursos para atendimento no turno inverso ao das aulas, uma vez na semana.

A 2ª CRE, neste semestre, vai solicitar à Secretaria Estadual da Educação a nomeação de um professor especialista, exclusivamente para a Sala de Recursos desta escola.

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