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Papo Reto

Manoel Soares: um papo com Caco Barcellos

Colunista do Diário Gaúcho comenta o lançamento do livro sobre os dez anos do programa Profissão Repórter

09/04/2016 - 10h04min

Atualizada em: 09/04/2016 - 10h05min


Até onde pode chegar um favelado? Esse foi o tema de uma conversa que tive nesta semana com esse cara da foto. Caco Barcellos, um dos melhores e maiores repórteres do Brasil.

Tive a alegria de, junto com ele e mais 20 colegas da Globo, lançar o livro que conta a história dos dez anos do programa Profissão Repórter.

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Caco nunca foi favelado, mas foi criado na Região Metropolitana e atuou como taxista em Porto Alegre. Ele me contou que ter o pé no barro determinou suas escolhas de hoje. Nossas origens definem nossos destinos, se soubermos filtrar as lembranças e lições.

No primeiro capítulo do livro, ele conta como seu tio foi importante para o jornalismo que ele faz – e olha que o tio era motorista. Por mais que tenhamos professores na escola e na faculdade, as principais lições são ensinadas pelas pessoas que nos amam e que amamos. Quem sobe na vida e nega as raízes morre um pouco, fica frágil e sem rumo.

Oportunidade

Caco acredita que, quando abre portas para pessoas como eu, tenta trazer um pouco da realidade da favela e assim, aos poucos, contaminar o sistema com novos olhares. Às vezes, as pessoas dizem que eu sou o melhor repórter de favela. Eu discordo, os melhores não tiveram a oportunidade certa e cabe a pessoas como Caco, eu e você fazer com que tenham.

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Vou guardar essa foto não como fã, mas como aluno. Ocupar e abrir espaço é a meta de quem quer melhorar a vida nas quebradas.


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