Educação



Protásio Alves

Alunas de escola ocupada são agredidas na Capital

Confusão teria acontecido após atrito com estudante que não participa do movimento

30/05/2016 - 23h18min

Atualizada em: 30/05/2016 - 23h31min


Karina Sgarbi / Especial
Ana, aluna do 3º ano e integrante da ocupação, foi agredida por outra estudante nesta segunda-feira

Ocupado desde 15 de maio, o Colégio Estadual Protásio Alves, na Avenida Ipiranga, no bairro Azenha, em Porto Alegre, foi palco de uma confusão entre estudantes no início da noite desta segunda-feira. Além de cadeados que foram quebrados e discussões, duas alunas que participam da ocupação foram agredidas.

O atrito começou com a definição, feita em assembleia pelo movimento, de que a escola ficaria com os portões fechados à noite, por questões de segurança. Com isso, os estudantes do curso técnico de Administração, que até então eram liberados para frequentar as aulas, não puderam entrar no colégio.

Conforme a aluna do 3º ano e integrante da ocupação Ana Paula de Souza dos Santos, 18 anos, a turma ficou revoltada e, ao conseguir acessar o colégio pelo portão do estacionamento, dirigiu-se ao saguão, onde aconteceram as agressões, feitas por uma estudante.

– Tentamos dialogar o tempo todo, explicando a nossa decisão, mas eles começaram a gritar e nos ameaçar. Uma aluna do técnico então puxou os meus cabelos e começou a me bater – conta Ana.

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A jovem ficou com o rosto marcado pelas agressões. Outra estudante, de 17 anos, tentou apartar a briga e acabou levando uma pancada no nariz. Dois cadeados foram quebrados e uma faixa que sinalizava a ocupação foi rasgada.

Diariamente, de 40 a 50 estudantes têm dormido na ocupação. Conforme Ana, que é uma das organizadoras, o caso será levado para assembleia, mas, em princípio, não deve motivar uma desocupação da escola.

– Por um lado, isso mostra a resistência que a gente tem. A ocupação gira em torno do estudante e tem pautas que beneficiam o ensino técnico também – comenta a aluna.

O pai dela, advogado e bancário aposentado Renato Oliveira dos Santos, 54 anos, ficou revoltado com a agressão sofrida pela filha. Apoiador do movimento de ocupação, lamenta a violência dentro do ambiente escolar.

– As pessoas não entendem pelo quê eles estão lutando, que é para todos. São pessoas que só pensam no seu bem-estar e que precisam se situar. Não é agredindo que se vai resolver alguma coisa – diz.

Agressões, fato isolado

O estudante do curso técnico de Administração William Amaral, 21 anos, afirma que a turma ficou revoltada ao encontrar os portões fechados, pois havia um acordo para que pudessem ter aulas normalmente. Ainda afirma que um cadeado foi quebrado para liberar o portão, mas que as agressões foram um fato isolado.

– Foi uma briga que aconteceu entre as elas, um fato isolado. Por parte da turma não teve briga, não teve pedra sendo atirada. Estouramos o cadeado porque queríamos entrar na escola para ter aula. A gente sempre foi a favor da ocupação.

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