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Sala de aula

Educação física traz benefícios muito além do exercício

Professor do departamento de medicina da PUCRS explica o motivo

02/05/2016 - 13h30min

Atualizada em: 02/05/2016 - 13h57min


Douglas Roehrs
Douglas Roehrs
Estudantes do Colégio Romano Santa Marta durante a aula de Educação Física

Atento para que a sua equipe vença a brincadeira, o estudante Bruno Schenagrahl, 12 anos, escuta o apito da professora e se movimenta pelo ginásio do Colégio Romano Santa Marta, em Porto Alegre. Seu esporte favorito é o basquete, mas também gosta de outras atividades em grupo nas aulas de Educação Física.

– Eu gosto de praticar esporte porque é sempre muito divertido – diz.

Ele não sabe, mas quando uma criança corre, ela estimula a produção de neurônios e suas conexões. Os neurônios são células nervosas que conduzem os impulsos dos nervos.

– Se tem mais neurônios e mais conexões entre eles, essa criança vai aprender mais – explica o médico psiquiatra e professor do departamento de medicina da PUCRS, Pedro Ferreira.

Na prática

A professora de Educação Física da turma de sétimo ano, Mara Bernadete Nunes, divide as aulas em três partes: a prática, a teoria e a integração do grupo.

– A gente faz alongamento, jogos cooperativos e trabalhos teóricos sobre qualidade de vida, regras e fundamentos dos esportes – diz Mara.

A maioria dos exercícios na primeira infância são em grupo, o que estimula o raciocínio e as habilidades sociais.

– O exercício físico junto com a interação em grupo é importante porque reforça habilidades intelectuais das crianças – diz o médico.

Menos estresse, mais conhecimento

Os esportes favoritos da estudante Raquel Gallicchio, 12 anos, colega de Bruno, são basquete e handebol. No entanto, fora da escola, ela gosta de andar de patins, que serve para ocupar o tempo livre e também como válvula de escape para os eventuais problemas na escola ou com a família:

– Eu me sinto mais relaxada, mais tranquila quando pratico atividade física – conta Raquel.

Quando as crianças fazem exercícios físicos regularmente, o nível de estresse diminui.

– Criança estressada não aprende. Criança relaxada grava mais e consegue associar o ensino a prazer, gratificação – destaca o médico.

Para ser boa, prática precisa ser regular

Fazer atividade física de maneira regular é muito importante. O médico diz que o ideal é que a prática seja feita de manhã ou à tarde para proporcionar um maior gasto de energia e não prejudicar o sono.

– A criança tem que suar, correr, gastar energia. É preciso que ela sinta, durante, no mínimo, 30 minutos, que está saindo da zona de conforto – recomenda Paulo Ferreira.

O fundamental, segundo ele, é que qualquer atividade física traga prazer:

– A criança só aprende quando se diverte. Se vira uma obrigação ou gera tensão, isso está fadado ao fracasso. É preciso proporcionar práticas atrativas e que estimulem a convivência em grupo.



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