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Artista plástico reproduz obra de Leonardo Da Vinci no telhado da própria casa

Vídeo exibindo reprodução de "La Scapigliata" em residência de Arroio do Meio atingiu mais de um milhão de visualizações

15/06/2016 - 13h41min

Atualizada em: 15/06/2016 - 14h10min


Pintura foi feita em 1.500 telhas cujo destino seria o telhado de um galinheiro

Era setembro de 2014 quando o artista plástico Silvio Farias, 56 anos, terminava um trabalho incomum: a reprodução da pintura "La Scapigliata", ou "Cabeça de Mulher", do artista italiano Leonardo Da Vinci, no telhado da própria casa. A ideia surgiu com a necessidade de fazer uma reforma na residência recém adquirida em Forqueta, distrito de Arroio do Meio.

Pintura La Scapigliata, obra de Leonardo da Vinci que influenciou o artista plástico gaúcho

Assim que a pintura ficou pronta, Silvio encheu a linha do tempo do Facebook com fotos e um vídeo exibindo o novo trabalho. Agora, o vídeo vai passando de um milhão de visualizações. A repercussão do trabalho fez com o artista plástico do interior do Rio Grande do Sul recebesse solicitação de amizade de pessoas do Brasil e do mundo inteiro.

– Uns achavam que era uma santa, que minha casa era uma igreja. Outros diziam: 'tem que ser gaúcho maluco pra fazer uma coisas dessas'" – recorda Silvio, entre risadas.

Situada na beira da Rodovia Professor Arnesto Dalpian, rota que liga o Centro de Arroio do Meio à Forqueta, a casa de Silvio também chama atenção dos motoristas que trafegam por ali. De acordo com o morador, uma fila de carros chegou a se formar em frente à casa que antes tinha aspecto de abandonada.

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Quando ainda era um projeto, porém, o sucesso da reprodução não parecia tão óbvio. Enquanto Silvio dava início à pintura minuciosa das 1.500 telhas que, não fosse o plano do artista, teriam como destino o teto de um galinheiro, os pedreiros contratados para a reforma na residência achavam a proposta esquisita.

– Isso é coisa de maluco – comentavam, aos cochichos.

Recrutado para ajudar na empreitada, Marcelo Kaufmann, 26 anos, assistente no ateliê de arte que Silvio mantém em Lajeado, a 9 quilômetros de Arroio do Meio, também protestava.

– Tu não pode ter um telhado igual a todos? – perguntava o jovem.

Silvo, porém, insistia em fazer algo original com a casa que futuramente abrigará suas pinturas e lhe servirá como local de trabalho. Enquanto o assistente duvidava, Silvio apostava no humor.

– Eu disse para ele que eu era o Dom Quixote e ele, o Sancho Pança – recorda.

Marcelo e Silvo posam para foto em frente da empreitada que ficou famosa

No livro de Miguel de Cervantes, Dom Quixote, o cavaleiro sonhador, era seguido por Sancho Pança, fiel escudeiro que ia de carona nas aventuras do mestre. Apesar do artista plástico demonstrar convicção no que fazia, o serviço cheio de pormenores quase botou o plano abaixo. Em certo momento, Silvio só não voltou atrás porque já havia deixado amigos e conhecidos na expectativa.

– Não desisti por vergonha – admite.

Em 1998, quando largou o serviço de chapeação numa oficina de carros para se dedicar à pintura de quadros, Silvio assumiu um sonho que carregava desde a infância. Depois do telhado com um "Da Vinci" e da casa que transformará em ateliê, o próximo plano é fazer da residência um lugar onde as pessoas caminharão entre árvores, pinturas e o riacho que corre próximo à residência, inaugurando um ponto que misture turismo rural com apreciação de obras de arte.

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