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Estupro coletivo no Rio

Carta atribuída a suspeito de envolvimento em estupro coletivo é divulgada na internet

Conteúdo teria sido redigido por Raphael Assis Duarte Belo, 41 anos, que se entregou à polícia na manhã desta quarta-feira

01/06/2016 - 14h18min

Atualizada em: 01/06/2016 - 17h47min


Uma carta supostamente escrita por Raphael Assis Duarte Belo, 41 anos, um dos suspeitos de ter envolvimento no estupro coletivo da adolescente de 16 anos, foi divulgada na internet na noite de terça-feira.

Raphael entregou-se à polícia na manhã desta quarta-feira. Ele teria enviado a carta a uma página de notícias no Facebook chamada Jacarepaguá Notícias, que disse desconhecer o paradeiro do homem.

O suspeito inicia o texto explicando como entrou na casa onde ocorreu o crime. Segundo ele, no domingo, dia 22, se encaminhava a um lugar para pedir autorização para uma matinê na favela São José Operário, na região de Jacarepaguá, quando passou pela casa. Na companhia dele estaria Raí de Souza, 22 anos, que se entregou à polícia na segunda-feira.

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Lá, teriam encontrado o "Jefinho", citado pelo advogado de Raí como autor das imagens da adolescente que circularam na internet. De acordo com a carta de Raphael, quem gravou as cenas foi o próprio Raí. A jovem estava deitada na cama, suja e sem roupa. Raphael e Raí teriam ficado pouco tempo no lugar.

Ao ato de olhar e gravar cenas da adolescente nua e desacordada, o autor da carta classifica como "zoação". "Sei que não se deve zombar de uma pessoa naquele estado, errei, mas sou uma pessoa normal, passiva de erros", teria escrito Raphael.

Na quarta-feira, por volta do meio dia, ele teria visto a garota na calçada entre as ruas Baronesa e Bricio de Abreu. Um carro teria deixado a garota ali, ainda inconsciente.

No momento, Raphael teria ajudado a garota molhando partes do corpo dela para que voltasse à consciência. Por estar limpa e arrumada, ele não teria reconhecido a jovem. Com ela, teria encontrado dois frascos de "loló", entorpecente feito à base de clorofórmio e éter.

Raphael teria colocado a jovem no carro e a levado para a casa dele. Lá, teria alimentado a menina e dado remédio para controlar a cólica.

Somente ao retornar ao trabalho que tomaria conhecimento da repercussão do crime. Espantado, teria retornado para casa a fim de acordar a adolescente e levá-la embora.

O autor da carta diz que Raphael conheceu os pais da menina e contou o que houve no domingo, quando o suspeito entrou na casa da favela acompanhado de Raí. Os pais da menina teriam confirmado que ela chegara em casa suja e com roupas de homem.

Raphael teria pedido desculpas à família e deixado o telefone de contato. A carta afirma que ele não é "estuprador nem tarado".

O texto segue pedindo desculpa a todas as mulheres e explicando que, por medo de ser preso, Raphael se encontrava a 2.600 quilômetros do Rio de Janeiro, mas que se entregaria à polícia. A carta termina reafirmando que o suspeito não teve envolvimento no estupro da adolescente.

Durante coletiva de imprensa realizada na segunda-feira, a delegada Cristiana Bento afirmou ter convicção de que houve estupro coletivo. Ela explicou que, mesmo que alguém assista ao abuso, é considerada culpada.

– Se tem duas pessoas, uma abusa, e a outra está olhando, ela é partícipe e vai responder pelo mesmo crime – emendou a delegada.

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