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RS foi o Estado que mais perdeu postos de trabalho em maio deste ano

Déficit gaúcho foi de 15.829 empregos, a maior perda desde 2003

24/06/2016 - 19h16min

Atualizada em: 24/06/2016 - 19h17min


Marcelo Kervalt
Marcelo Kervalt
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O Rio Grande do Sul foi o Estado que mais perdeu vagas de emprego formal em maio deste ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta sexta-feira. O déficit gaúcho foi de 15.829 postos de trabalho, a maior perda desde 2003, com 93.069 trabalhadores demitidos e apenas 77.240 admitidos. Esses números mostram uma retração de 0,61% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior.

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Na comparação anual, em maio de 2015, por exemplo, o RS ficou na segunda posição no ranking de Estados com a maior perda de postos de trabalho (-15.815), atrás apenas de São Paulo (-23.037). Um ano antes, em 2014, o decréscimo foi menor: - 4.126. Ainda assim, o Estado só perdeu menos vagas do que Pernambuco (-10.706) e Alagoas (-8.580). Conforme avaliação do próprio Caged, o comportamento negativo do Rio Grande do Sul neste ano foi influenciado pelo fator sazonal da agricultura, que demitiu 3.723 funcionários. Entre as Unidades da Federação, destaca-se positivamente Minas Gerais, ao gerar 9.304 empregos em razão da sazonalidade ligada ao cultivo do café. Os postos de trabalho formal apresentaram resultado positivo também em Espírito Santo (1.226), Mato Grosso do Sul (562), Goiás (153) e Acre (147).

No Brasil, o emprego formal apresentou recuo, em maio, na trajetória de perda de postos de trabalho que vem ocorrendo desde o início do ano passado. No mês, a retração na geração de postos de trabalho foi de 0,18%, na comparação com o mês anterior, com saldo negativo de 72.615 vagas. A perda, porém, foi menor que em maio de 2015, quando foi registrado o fechamento de 115.559 vagas formais.

O saldo brasileiro de maio foi decorrente de 1.209.991 admissões contra 1.282.606 desligamentos. No acumulado do ano, o nível de emprego formal apresentou declínio de 1,13%, correspondendo à perda de 448.011 postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, o recuo foi de 1.781.906 empregos, retração de 4,34%. Com o resultado, o estoque de emprego para o mês alcançou 39.244.949 trabalhadores com carteira de trabalho assinada no país.

Segundo o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, os dados demonstram que, apesar das perspectivas de maiores perdas previstas nas análises econômicas, o mercado está começando a reverter o quadro de supressão de postos formais.

– Acredito estarmos iniciando um processo de recuperação gradativa. Começamos a reverter essa curva e podemos, no segundo semestre, ter resultados bem melhores – avaliou.

Segundo o levantamento, a agricultura gerou 43.117 postos de trabalho em maio, comportamento mais favorável do que em abril, quando foram criados 8.051 postos. O dado ainda é superior na relação com o mesmo mês de 2015, quando foi registrada a criação de 28.362 postos. O crescimento, segundo o Ministério do Trabalho, se deve à sazonalidade ligada ao cultivo do café, principalmente nos Estados de Minas Gerais, responsável por 20.308 postos, e São Paulo, com saldo positivo de 4.273 vagas.

Além da agricultura, a administração pública também apresentou saldo positivo, com geração de 1.391 postos. Já o setor do comércio teve perda de 28.885 vagas em maio, o que representa um arrefecimento na comparação com abril, quando foram suprimidos 30.507 postos. Também a indústria de transformação registrou recuo no ritmo de queda do nível de emprego, com a perda de 21.162 postos contra 60.989 em abril (-0,28%). No setor dos serviços foi verificada a maior queda no mês, de 36.960 postos.


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