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Crônica

Um ladrão? Priiiiiiiiiiiiiii

22/06/2016 - 15h16min

Atualizada em: 22/06/2016 - 15h17min


Felipe Bortolanza
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Viver em época de crise financeira é muito ruim. Conviver numa sociedade aterrorizada pela crescente bandidagem é ainda pior.Pode piorar? Sim. Quando a falta de dinheiro público atinge a força de segurança do Estado. E é este caos que estamos vivendo. Sobram criminosos, minguam os policiais.

Querem um exemplo bem recente da consequência desta relação? Atentaram para a manchete do Diário Gaúcho de hoje? Olhem lá e voltem aqui. Um roubo a cada 15 minutos em Porto Alegre. Ao final do dia, são 100 casos!

O pavor persegue o cidadão que transita ou mora em Porto Alegre aonde ele estiver: em casa, na rua, no comércio, dentro do carro ou no transporte público. Entre as teorias mais sublinhadas por especialistas está a de que o crime se acentua diante da ausência dos homens da lei. É uma leitura óbvia e cruel. Sem dinheiro, faltam PMs nos bairros, investigadores nas DPs, grana para armamentos melhores, viaturas mais potentes. Aproveitando-se disso, gangues, quadrilhas e facções fazem a festa com bens alheios. Isso quando não levam a vida da vítima também.

Na tentativa de minimizar a insegurança, as pessoas já tomam providências diárias para tentar escapar das garras dos ladrões. Na semana passada, noticiamos que moradores de um condomínio na Zona Leste se organizam em caronas coletivas para evitar uma parada de ônibus que virou alvo constante de delinquentes.Agora, na Cidade Baixa, uma ideia polêmica surge. Um grupo de moradores decidiu se munir de apitos na intenção de afugentar assaltantes.

Porém, a BM faz três ressalvas muitos importantes para evitar que um ataque termine em morte:

1) A vítima jamais deve apitar. O bandido pode reagir e atirar.

2) O apito pode ser acionado por alguém que desconfia de alguém. Ou seja, de forma preventiva, para inibir uma possível ação.

3) O apito pode ser usado depois de um assalto, na lógica que o barulho mobilize um agente de segurança.

Louvo iniciativa de proteção. Na teoria, porém, não vejo muita utilidade no "priiiiiiiii" coletivo. Temo por mais confusão, por trotes, por agressões a inocentes. Tomara que meu pessimismo não se confirme.


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