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Mais qualidade, menos recordes: a evolução da natação até o Rio 2016
Neste sábado, última noite de finais da modalidade na Olimpíada, número de marcas históricas atingidas em Londres 2012 pode ser igualado
Quem confronta os recordes batidos nas piscinas do Rio com a enxurrada de marcas históricas de Pequim 2008 pode concluir, equivocadamente, que o nível da natação caiu nos últimos anos. A comparação, porém, é injusta. Desde o fim da era dos maiôs tecnológicos, melhorar tempos tornou-se tarefa mais complicada debaixo d'água. Os sete recordes mundiais e 13 olímpicos registrados a noite de sexta-feira indicam a manutenção de uma firme evolução no nível do esporte.
Em Londres, os números foram levemente superiores aos dessa Olimpíada. Nove marcas mundiais e 16 olímpicas foram superadas ao final da competição em 2012 – ainda resta uma noite de finais da Rio 2016, que pode igualar os números. O desempenho confirma uma tendência de crescimento da natação a partir do salto de qualidade no ciclo que precedeu os Jogos de Sydney (confira os números no fim da matéria).
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– A natação cresceu muito nos últimos 15 anos, pelo menos. Com a informação circulando livremente, todos sabem o que todo mundo está fazendo. Os métodos se aprimoraram – afirma Cristiano Klaser, o Kiko, técnico do Grêmio Náutico União, que completa:
– O nível está muito forte, talvez mais forte do que eu esperava.
A era dos maiôs ainda impede a quebra de mais marcas. Das 30 provas que compõem o programa olímpico – entre masculino e feminino –, 17 tem recordes mundiais estabelecidos até 2009, quando as roupas especiais foram proibidas. O efeito é maior nas provas de velocidade. Só como exemplo, os tempos de César Cielo em 2009 nos 50m e 100m livre ainda não foram ultrapassados. Mesmo assim, a distância entre os desempenhos de hoje e os turbinados pelos maiôs tem diminuído drasticamente, algo um tanto inesperado. Analistas apontavam, quando a proibição foi estabelecida, que os atletas poderiam demorar até 20 anos para alcançar os tempos cravados com os trajes.
Há também um equilíbrio maior entre os nadadores. Cenas como a dos 200m peito masculino, em que pelo menos cinco chegaram aos últimos metros com chances de ganhar o ouro – o cazaque Dmitry Balandin foi o campeão –, são mais comuns. A maior quantidade de adversários de peso força os atletas a ultrapassar limites para batê-los.
Outro fator que influi no crescimento das marcas é a especialização dos nadadores. Ainda há espaço para "extraterrestres" que nadam várias provas, como Michael Phelps, Katie Ledecky e Katinka Hosszu, mas eles são mais raros. A era é dos especialistas em um estilo só, como o britânico Adam Peaty, que bateu duas vezes a marca dos 100m peito, o americano Ryan Murphy, novo recordista olímpico dos 100m costas, o japonês Ippei Watanabe, que fez o melhor tempo da história dos Jogos nos 200m peito, ou a americana Lilly King, campeã dos 100m peito.
Natação
Rio 2016 até aqui
7 recordes mundiais
13 recordes olímpicos
Londres 2012
9 recordes mundiais
16 recordes olímpicos
Pequim 2008
14 recordes mundiais
22 recordes olímpicos
Atenas 2004
8 recordes mundiais
25 recordes olímpicos
Sydney 2000
14 recordes mundiais
38 recordes olímpicos
Atlanta 1996
2 recordes mundiais
3 recordes olímpicos