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Seu problema é nosso

Morador de Canoas aguarda consulta com médico especialista há nove meses

Rafael sofre com a obesidade e precisa fazer cirurgia de redução do estômago 

03/08/2016 - 08h14min

Atualizada em: 03/08/2016 - 10h46min


Quando o morador de Canoas Rafael de Mattos Paranhos, 33 anos, enfim tomou coragem de procurar um médico para realizar a cirurgia de redução do estômago, não imaginava que seria tão difícil conseguir uma vaga pelo Sistema Único de Saúde.

Mesmo disposto a perder o sobrepeso para conseguir voltar a exercer a função de vigilante, ele aguarda há nove meses por uma consulta com um médico especialista.

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Demora

Trabalhando como porteiro, Rafael sofre com o inchaço e as dores nas pernas quando precisa ficar muito tempo de pé. Com a obesidade, veio a pressão alta e, com ela, o medo de ter o mesmo destino do pai, que morreu de infarto aos 50 anos.

Somadas, a vontade de trocar de emprego e de ter uma melhor qualidade de vida, fizeram Rafael querer emagrecer. Em novembro, consultou com o clínico geral no posto de saúde Concoban, no Bairro Niterói, em Canoas, onde também foi realizado o encaminhamento para o cirurgião. Mas quando tudo estava certo, acabou se frustrando por causa da demora.

– Eu vou todo o mês lá e eles me informam que não tem vaga. Eles me dizem para espera porque demora mesmo. Eu estou sem saber o que pode acontecer – reclama.

Em 2009, ele sofreu um acidente de moto e fraturou a perna direita. Por causa de uma inflamação que passou para o resto do corpo, Rafael correu o risco de ter o membro amputado. A notícia o fez entrar em depressão. Passou dois anos deitado na cama. O resultado pesou na balança: de 100kg, Rafael passou a pesar 205kg.

– Eu passava o dia deitado e não levantava nem para ir ao banheiro. Passei a tomar muito refrigerante e, dois anos depois, quando saí, estava com 105kg a mais – conta.

Dificuldades

Quando Rafael voltou ao mercado de trabalho, não pode pegar vaga de vigilante, mesmo tendo curso de escolta armada e vigilância. Por causa da obesidade, só conseguiu o posto de porteiro. Isso porque não há colete à prova de balas para seu tamanho. Com a troca de função, perdeu o seguro de vida da empresa e passou a ganhar 50% menos do que recebia antes.

A esposa de Rafael está desempregada e, por isso, o salário dele é a única renda que o casal tem para sustentar as duas filhas de oito e quatorze anos.

– É horrível tu veres pessoas que não são tão bem preparadas quanto tu exercendo uma atividade que tu sabes que és qualificado – lamenta.

Saúde informa que a data está marcada

Demorou nove meses, mas o porteiro Rafael Paranhos finalmente terá um desfecho positivo para a resolução do seu problema.

Embora não tenha justificado o motivo da demora para a marcação da consulta com um médico especialista, nessa terça-feira a prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria da Saúde, informou ao Diário Gaúcho que a consulta está marcada. Será no dia 23 de agosto, às 14h, no Hospital Universitário da Ulbra.

A secretaria da Saúde de Canoas não informou de que maneira Rafael será informado sobre os detalhes da marcação da consulta.



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