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Seu problema é nosso

Bebê de Alvorada precisa de consulta especializada para confirmar doença

Nicoly vai fazer cinco meses e ainda não tem o diagnóstico oficial da Síndrome de Down

06/09/2016 - 08h07min

Atualizada em: 06/09/2016 - 08h08min


A dona de casa Daniele de Paula Pereira, 25 anos, aguardava ansiosamente pelo nascimento da segunda filha, a pequena Nicoly Isabelly Leites de Almeida, hoje com quatro meses, quando descobriu que estava com pré-eclampsia - complicação de risco na gravidez que aumenta a pressão arterial.

Para evitar mais problemas, foi preciso fazer uma cesariana para o nascimento da bebê. Ao pegar a filha no colo, Daniele notou que a menina era diferente das demais crianças, mas não sabia explicar o porquê.

No dia seguinte, ao passar pelo quarto onde Daniele e Nicoly estavam, no Hospital de Alvorada, a médica informou, baseada em um prognóstico, que a menina seria portadora de Síndrome de Down – distúrbio que não foi detectado durante o período da gestação. Sem saber como lidar com a situação, Daniele entrou em desespero.

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– A médica perguntou se eu tinha notado algo diferente na Nicoly, eu respondi que sim. Ela simplesmente falou: ela tem Síndrome de Down, olha a linha única palmar, as orelhas acentuadas abaixo da linha dos olhos, a cabeça achatada, as mãos e os pés menores que o comum, a fragilidade do corpo, essas são algumas características. Eu comecei a chorar, fiquei com medo de não saber como criá-la. Ninguém me preparou para isso ou me disse se ela terá uma vida normal – diz Daniele.

Preocupação

A mãe, então, questionou a equipe médica querendo saber se Nicoly passaria por exames para confirmar o prognóstico e determinar o grau da doença. Porém, foi informada que o hospital não possui especialista na área de genética, e que ela deveria pedir encaminhamento através da Unidade Básica de Saúde Jardim Algarve, bairro onde mora.

– Eu levei a requisição com um aviso de urgência para o caso da Nicoly no dia 18 de abril, nove dias depois do nascimento, e a atendente me disse que eu deveria sentar e esperar porque deve demorar muito para conseguirmos uma consulta com um geneticista – queixa-se Daniele.

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Preocupada com a filha, a mãe vai quase que diariamente na Secretaria Municipal de Saúde de Alvorada cobrar uma posição sobre a consulta. Contudo, Nicoly está prestes a completar cinco meses e continua sem o atendimento especializado.

– Já fizemos o exame de coração para ver se está tudo bem e, graças a Deus, está. Eu a levo no pediatra com frequência, mas o caso dela precisa de uma atenção especial. Não sei mais a quem recorrer – desabafa a mãe.

Atendimento prioritário

A Secretaria Estadual da Saúde informou que Nicoly “está cadastrada junto à Regulação Estadual para consulta especializada em Genética Médica Pediátrica. A solicitação dela está classificada como alta prioridade e aguarda disponibilidade para marcação da consulta. Sedundo a SES, os pacientes com diagnóstico ou suspeita de deficiências podem ser atendidos na área da reabilitação, não havendo necessidade de aguardar toda a investigação genética, que é um processo longo.”



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