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Papo Reto

Manoel Soares: "Eu sou Lanceiro"

Colunista do Diário Gaúcho escreve sobre a Revolução Farroupilha

17/09/2016 - 08h02min

Atualizada em: 17/09/2016 - 08h04min


Eles eram mais de 400 homens escravizados que sonhavam com a liberdade. Em meio à Revolução Farroupilha, uma proposta lhes foi feita. Lutariam ao lado do coronel Joaquim Pedro, entre outros que conhecemos como heróis. Se sobrevivessem, lhes seria dada a liberdade.

Como arma, só tinham seu corpo e uma lança. Mas, mesmo assim, decidiram enfrentar a morte para lutar em nome da liberdade. No meio da guerra, um acordo foi firmado entre Império e líderes da Revolução. Porém, neste acordo, não estava incluída a liberdade do pelotão de Lanceiros Negros.

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No fim das contas, sem ter um destino digno ao que foi combinado, a localização deles foi dada ao Império e, na antiga cidade de Porongos, eles foram dizimados.

Heróis

Este desenho que está aí me foi dado pelo amigo Rafael Porto da RBS TV, pois estes homens são meus heróis na história de nosso Estado. Assim como milhares de negros hoje, eles preferiram enfrentar a morte a viver como escravos.

Pena que sua coragem foi paga com traição e ainda não conseguimos dar a eles o devido reconhecimento, pois isso implicaria em colocar heróis farroupilhas como tiranos covardes.

Nossa história é cercada de glórias e méritos, mas essa mancha de sangue precisa ser limpa com a dignidade que o povo negro gaúcho merece. Nos festejos Farroupilhas, eu sou Lanceiro.



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