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Eleições 2016

Quatro anos depois, família Souza indica problemas que ainda estão sem solução

Moradores do Bairro São José, que foram personagens de reportagem do DG em 2012, às vésperas da eleição municipal, revisitam as necessidades apontadas na época

26/09/2016 - 09h39min

Atualizada em: 26/09/2016 - 17h42min


Roberta Schuler
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Família Souza vive no Bairro São José, na Capital, no Morro da Cruz

Em 2012, quando os eleitores da Capital se preparavam para escolher quem comandaria Porto Alegre pelos quatro anos seguintes, o Diário Gaúcho apresentou os anseios da família Souza. Embora o patriarca Valdomiro Teles de Souza tenha deixado viúva a esposa com quem viveu um casamento de 38 anos, em março de 2013, vítima de um mal súbito, a professora aposentada Regina Mayer de Souza, 62 anos, continua vivendo na Travessa São João, Bairro São José, pertinho da cruz que dá nome ao morro, na Zona Leste da Capital. Valdomiro, em 2012, contou ao Diário Gaúcho que a travessa poderia chamar-se "Rua dos Souza" porque a parentada toda vive na mesma via.

Família Souza nas eleições de 2012

Às vésperas de uma nova eleição municipal, a família Souza segue representando o universo de 1.098.515 eleitores que utilizam os serviços administrados pelo prefeito e, assim como os mais de 1,4 milhão de moradores de Porto Alegre, alimentam esperanças sobre o futuro da cidade. Como costumam fazer aos finais de semana, ontem Regina, os seis filhos, as noras e os 16 netos se reuniram. No próximo domingo, mais uma vez colocarão na urna a expectativa de ver sanadas as dificuldades que ainda enxergam no bairro.

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Poucas mudanças

Diferentemente da família Souza, que viveu muitas mudanças durante os últimos quatro anos – Regina, por exemplo, se aposentou, ficou viúva, ganhou três novos netos, teve um filho acidentado, outro ficou viúvo e casou novamente –, Porto Alegre mudou pouco de 2012 para cá, na avaliação da aposentada.

– Pouca coisa mudou, os políticos estão mais interessados neles – reclama.

Na última eleição, a preocupação de Regina era com lazer e educação para as crianças do Morro da Cruz. Atualmente, continua faltando um local arborizado para diversão dos pequenos. Próximo à cruz, há balanços, gangorra e uma pequena quadra com goleiras, mas não é muito aprazível.

– A prefeitura poderia se envolver mais mais, essa poderia ser uma prioridade.

Regina teme pelas crianças que, no turno inverso ao da escola, não têm onde ficar enquanto os pais trabalham. A insuficiência de vagas em creches e projetos sociais que deem conta da demanda na infância e adolescência estão motivando a família a buscar alternativas: Fernando, 35 anos, o quarto filho de Regina, reuniu a gurizada para retomar time de futebol União da Cruz. E ela pensa numa forma de aliar a experiência como docente com a necessidade de combater a ociosidade da meninada.

– Não dá para deixar essas crianças soltas por aí. Tenho vontade de oferecer alguma atividade – planeja.

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Lixo ainda é problema

– Estamos enfrentando um problema sério com o lixo. Às vezes, vem gente de longe trazer lixo até aqui. Constantemente estamos varrendo e juntando o lixo. As pessoas precisam se conscientizar – conta Regina, citando que o caminhão do lixo passa três vezes por semana.

Segundo ela, há a intenção dos moradores de solicitar à prefeitura a instalação de um contêiner para coleta automatizada.

Por enquanto, as imediações da cruz seguidamente estão cheias de resíduos.

– Queríamos não só perto da cruz, mas em todo o morro. Aqui é um ponto turístico. Tinham que ter um olhar para essa área – sugere.

Há quatro anos, a família reclamou também da rede de esgoto antiga e da necessidade de asfalto em algumas vias, mas tudo segue na mesma.

Saúde e segurança


Entre as melhorias percebidas por Regina, está a questão da segurança. Mas ela atribui ao trabalho preventivo feito pelas igrejas do bairro e não necessariamente pelo aumento no policiamento, como era uma das necessidades apontadas em 2012 pelo filho mais velho, Alessander, 42 anos.

– O Morro da Cruz é privilegiado porque tem igrejas evangélicas de várias denominações, que trabalham com jovens e adultos. Isso é muito importante. Passei sufoco para criar meus filhos. Nesses dias difíceis, só com educação – relembra a aposentada.

Na área da saúde, Claudiomiro, 36 anos, havia reclamado que no posto de saúde havia poucas fichas. A realidade hoje, conforme Regina, não é muito diferente: há apenas um médico.

– É muita gente que precisa de atendimento (na ESF Ernesto Araújo, referência para o endereço de Regina).


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